França, Egito e Jordânia se opõem a deslocamento de habitantes de Gaza

Os líderes de França, Egito e Jordânia expressaram, nesta segunda-feira (7), no Cairo, seu repúdio a qualquer deslocamento forçado de palestinos, mas consideraram que a Faixa de Gaza deveria ser governada exclusivamente por uma Autoridade Palestina "fortalecida" quando o conflito acabar.


France Presse

Em uma declaração conjunta após esta cúpula, o presidente francês, Emmanuel Macron; o chefe de Estado egípcio, Abdel Fatah al Sisi; e o rei da Jordânia, Abudllah II, que rechaçaram, portanto, qualquer papel futuro do Hamas no território palestino, também pediram "um retorno imediato do cessar-fogo".

Palestinos carregam seus pertences enquanto fogem do bairro de Shujaiya, na Cidade de Gaza, após uma ordem de evacuação do exército israelense, em 3 de abril de 2025 © Omar AL-QATTAA

Macron chegou na noite de domingo ao Egito para uma visita de 48 horas, dedicada principalmente à guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamista Hamas.

O presidente francês afirmou durante o dia que o Hamas "não deve ter nenhum papel" na governança da Faixa de Gaza, uma posição reforçada pela declaração conjunta.

"A governança, a lei e a ordem, e a segurança em Gaza, assim como em todos os Territórios Palestinos, devem ser de responsabilidade exclusiva de uma Autoridade Palestina fortalecida por apoios regionais e internacionais", expressaram os três países.

A Autoridade Palestina, cuja força predominante é a formação Fatah, é rival do Hamas e detém a administração parcial da Cisjordânia ocupada.

Durante a visita ao Cairo, Macron organizou uma teleconferência com o contraparte americano, Donald Trump, e os dirigentes de Egito e Jordânia, informou a Presidência francesa.

"Os três dirigentes discutiram com o presidente Trump as formas de assegurar urgentemente um cessar-fogo em Gaza e destacaram a necessidade de restabelecer imediatamente o pleno acesso para o envio de ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns e detidos", informou a Presidência francesa.

No começo de fevereiro, Trump causou comoção internacional quando propôs deslocar os palestinos de Gaza e transformar o território na "Riviera do Oriente Médio".

Para isso, os moradores do território palestino poderiam ser deslocados para Egito e Jordânia, que rejeitaram energicamente esta opção, mas precisam enfrentar as pressões americanas.

Anteriormente, durante uma coletiva de imprensa, os presidentes francês e egípcio pediram a retomada da ajuda humanitária para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, a maioria deslocados no pequeno território pela guerra desencadeada após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023.

O deslocamento de populações e qualquer anexação de Gaza e Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, "seria uma violação do direito internacional e uma grave ameaça à segurança de toda a região, inclusive Israel", declarou Macron.

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