O ministro da Defesa da Colômbia revelou hoje detalhes do acordo sobre a compra de caças Gripen, que substituirão aeronaves israelenses no país.
Carlos Martins | Aeroin
A notícia da escolha do Gripen foi divulgada ontem à noite pelo Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e divulgada em primeira mão aqui no AEROIN. Hoje a SAAB comentou oficialmente a escolha do que se torna o terceiro cliente global do Gripen NG.
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O ministro Pedro Arnulfo Sánchez afirmou que a escolha demorou mais de 10 anos e foi extensa, avaliando vários aspectos das ofertas feitas, e que, se a decisão fosse tomada posteriormente, colocaria a segurança da Colômbia em risco, já que os caças Kfir fabricados pela Israel Aerospace Industries, estão no fim da vida útil.
“Este não é só um investimento em defesa, é uma aposta no futuro da Colômbia, por sua segurança, desenvolvimento e capacidade de estar à altura dos desafios globais“, afirmou o ministro em coletiva de imprensa realizada em Bogotá. Ele destacou também que “a decisão levou décadas desde a sua análise inicial, à qual agradecemos aos países que estiveram interessados em apresentar empresas diferentes das dos Estados Unidos. Nosso agradecimento à França, Suécia, Espanha e países que demonstraram interesse“.
A citação “negativa” aos EUA se deve à posição que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tem adotado contra o governo americano desde que tomou posse em 2022, fazendo críticas à política externa americana, ao modelo econômico e também a alguns aliados, principalmente Israel, com quem já rompeu relações diplomáticas.
A oferta da França era conhecida e se tratava do Dassault Rafale, que continua favorito na concorrência do país vizinho, o Peru. Já a oferta espanhola era um rumor que chegou a circular entre as mídias especializadas, mas que só foi confirmada agora, e se trataria de caças usados Eurofighter Typhoon, que hoje estão no Ejercito del Aire, bem distante do escopo de nova aeronave desejada pela Colômbia.
Sánchez citou claramente que o Gripen é um caça novo “e que pode operar por mais de 30 anos, chegando até meia década“, e que isso foi um grande diferencial para a escolha do caça sueco, que também dará capacidade BVR (combate aéreo além do alcance visual) expandida para a Colômbia.
Por fim, o ministro afirmou que outros detalhes ainda serão decididos e que “a eventual negociação ainda não tem custo exato, já que seria uma frota entre 16 e 24 aeronaves“. Atualmente, a FAB tem encomendados 36 caças Gripen, sendo que 9 já foram entregues, e a Suécia encomendou 60 unidades, mas esses números devem crescer nos próximos anos.
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