Os codiretores, o ativista palestino Basel Adra e o jornalista israelense Yuval Abraham, passaram cinco anos fazendo o filme, que mostra soldados israelenses destruindo casas e despejando moradores para criar um campo de treinamento militar e a invasão de colonos judeus na comunidade palestina.
Correio do Brasil
Los Angeles, CA-EUA - “Sem Chão” (No Other Land, no título original), um filme sobre o deslocamento de uma comunidade palestina em Israel, ganhou o Oscar de melhor documentário no domingo, e seus diretores fizeram um apelo ao mundo para ajudar a acabar com o conflito e acusaram os Estados Unidos de bloquear uma solução. A premiação, para o ministro da Cultura de Israel, Miki Zohar, trata-se de “um momento triste para o mundo do cinema”, disse, visivelmente incomodado com a repercussão mundial do atos extremistas levados pelas forças israelenses aos palestinos.
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Da esquerda para direita: Basel Adr, Rachel Szor, Hamdan Ballal e Yuval Abraham seguram as estatuetas do Oscar |
Os codiretores, o ativista palestino Basel Adra e o jornalista israelense Yuval Abraham, passaram cinco anos fazendo o filme, que mostra soldados israelenses destruindo casas e despejando moradores para criar um campo de treinamento militar e a invasão de colonos judeus na comunidade palestina. A premiação também foi mal recebida na Casa Branca, aliada a Tel Aviv.
O documentário destaca as realidades paralelas em que os dois amigos vivem — Abraham com sua placa amarela israelense que o deixa viajar para qualquer lugar, Adra confinado em um território que só fica menor para os palestinos.
Gaza
“‘Sem Chão’ reflete a dura realidade que temos enfrentado por décadas e ainda resistimos enquanto pedimos ao mundo que tome medidas sérias para acabar com a injustiça e a limpeza étnica do povo palestino”, disse Adra ao subir ao palco.Ao lado de seu codiretor, Abraham acrescentou: “Fizemos este filme, palestinos e israelenses, porque juntos nossas vozes são mais fortes. Nós vemos uns aos outros, a destruição atroz de Gaza e seu povo, que deve acabar, os reféns israelenses brutalmente capturados no crime de 7 de outubro, que devem ser libertados”.