Netanyahu disse que Israel está determinado a “alcançar o êxito e a vitória” nas “sete frentes” que mantém abertas, referindo-se aos conflitos contra as milícias palestinas.
Correio do Brasil com EFE
Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta quarta-feira seu objetivo de alcançar uma “vitória” total no Oriente Médio, em um momento em que tropas do país lutam em diferentes frentes e ocupam territórios em países como Líbano e Síria, durante a cerimônia de posse do novo chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Eyal Zamir.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu |
Na cerimônia, Netanyahu disse que Israel está determinado a “alcançar o êxito e a vitória” nas “sete frentes” que mantém abertas, referindo-se aos conflitos contra as milícias palestinas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o Hezbollah no Líbano, as milícias pró-Irã na Síria (embora as autoridades israelenses agora afirmem desconfiar também de seu novo governo), a Resistência Islâmica no Iraque, os houthis no Iêmen e o regime iraniano.
Em um discurso no qual não entrou em detalhes sobre o futuro militar de Israel, o premiê também afirmou que o país está aumentando sua capacidade de produção de armas para reduzir sua “dependência de fatores estrangeiros” e atender às suas necessidades, tanto as atuais como as futuras.
– Com o apoio de nossos amigos dos Estados Unidos, liderados pelo presidente (Donald) Trump, estamos trazendo para Israel armamento muito poderoso e essencial para nossa segurança – acrescentou Netanyahu na cerimônia, que contou com a presença do general Michael Kurilla, comandante do Comando Central dos EUA.
Netanyahu se referiu, como fez em outras ocasiões, à atual situação de Israel na região como a “Guerra do Renascimento”.
– Seus resultados terão importância para as gerações futuras – assegurou.
Desde que Trump retornou ao poder em janeiro, Netanyahu tem repetidamente mencionado a oportunidade que isso representa para Israel, insistindo que o país está em um momento único em sua história, embora não tenha especificado suas intenções.
Guerra de Israel em Gaza
Aproveitando a ocasião, o premiê reforçou os objetivos de guerra de Israel em Gaza: eliminar as capacidades militares e governamentais do Hamas, fazer com que a Faixa não seja uma ameaça, recuperar os reféns que permanecem no enclave e devolver para suas casas os israelenses deslocados pela guerra, tanto ao longo da fronteira com o enclave quanto na fronteira norte com o Líbano.– Diante dos braços terroristas do Irã, que, como o Irã, têm a destruição como bandeira, estamos determinados a alcançar uma vitória decisiva! – bradou.
Na mesma cerimônia, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que seu país retornará à luta “com forças e métodos nunca antes conhecidos” se o Hamas não libertar os reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza.
– Nós nunca permitiremos que o Hamas controle Gaza – garantiu Katz, salientando que Israel está dando “aos moradores de Gaza a oportunidade de migrar voluntariamente” no “espírito da visão” de Trump, que defende o deslocamento dos dois milhões de habitantes da Faixa para reconstruí-la como um ponto turístico sob controle dos EUA.
O ministro também se referiu ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas, cuja primeira fase terminou à meia-noite de sábado sem um acordo sobre sua continuação, e afirmou que seu objetivo é “obter a rápida libertação de todos os reféns israelenses vivos e poder enterrar todos os reféns que não estão mais entre os vivos”.
– Este é nosso dever moral e este é nosso objetivo final, e estamos trabalhando atualmente para torná-lo realidade – ressaltou.
Assim como Netanyahu, Katz se referiu a outras frentes de conflito que Israel abriu, tanto no território palestino da Cisjordânia, quanto no Líbano e na Síria.
Nesse sentido, reafirmou que seu país não retornará “ao que era antes de 7 de outubro, nem no norte, nem no sul, nem em nenhuma outra área”.
Netanyahu demitiu o agora ex-chefe do Exército, Herzi Halevi, agradecendo-lhe por seus serviços e creditando-lhe “a força mental e física para se levantar após um duro golpe”, em referência ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023.
Halevi renunciou no último dia 25 de janeiro, assumindo a responsabilidade pelo ataque dos milicianos ao território israelense, no qual 1,2 mil pessoas foram mortas e 251 sequestradas.
Herzi Halevi será substituído no cargo pelo general Eyal Zamir, que o primeiro-ministro acredita que liderará o Exército com “ofensividade, determinação, perseverança, senso de competência e espírito de justiça”.
Em 16 de fevereiro, após o governo aprovar a nomeação de Zamir, Netanyahu enfatizou que o que tornava o general o candidato ideal para o cargo era sua “abordagem ofensiva”, em um discurso com constantes alusões ao fato de que o Exército deve estar sempre sujeito às decisões do governo e não demonstrar opiniões políticas.
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