A grande maioria dos judeus israelenses apoia a proposta de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de limpeza étnica na Faixa de Gaza, ao expulsar os dois milhões de residentes palestinos e tomar controle do território, confirmou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (3).
Monitor do Oriente Médio
Segundo estudo do Instituto de Políticas do Povo Judeu (IPPJ), oito entre cada dez judeus israelenses apoiam a ideia de Trump de que “os árabes de Gaza devem ser reassentados em outro país”.
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Militante sionista exibe cartaz “Judeus por Trump” no primeiro dia da Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, Estados Unidos, em 15 de julho de 2024 [Leon Neal/Getty Images] |
Em contrapartida, a maioria dos chamados árabe-israelenses — isto é, palestinos do território da Palestina histórica, ocupado em 1948, hoje designado Israel — opõe-se majoritariamente à proposta.
Em torno de 43% de todos os israelenses creem que o plano de Trump é “prático” — isto é, pode ser implementado. Cerca de 30% dos judeus israelenses disseram que a proposta “não é prática, mas desejável”.
Somente 13% dos israelenses caracterizaram o plano de Trump como “imoral”; no entanto, ao seccionar a amostra, os números contabilizam 54% dos palestinos em Israel e apenas 3% dos judeus.
Outro aspecto revelado pelo estudo é a tendência de divergências do espectro político: 81% dos judeus de direita enxergam o plano como “prático e desejável”, contra 31% no chamado centro e 27% na esquerda sionista.
Na terça-feira (4), durante coletiva de imprensa ao lado do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, durante visita deste a Washington, Trump prometeu que seu país “tomará controle de Gaza”, após dias insistindo na transferência compulsória dos palestinos ao Egito e à Jordânia.
Segundo o oligarca e presidente extremista, Gaza viria a ser — mediante limpeza étnica — uma “Riviera do Oriente Médio”. A medida, conforme a lei internacional, é crime de guerra e lesa-humanidade.