UE chega a acordo sobre novas sanções numa altura em que a Rússia reclama ganhos territoriais

O Ministério da Defesa russo afirmou no domingo que as suas forças tinham capturado Velyka Novosilka, uma cidade na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.


Emma De Ruiter | Euronews

A cidade é um centro defensivo fundamental na linha da frente para o exército ucraniano e, a confirmar-se, a sua ocupação pelas forças russas significaria um ganho significativo para Moscovo.

Uma brigada ucraniana dispara um obuseiro autopropulsado contra posições da linha da frente russa na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, a 23 de janeiro de 2025 © AP Photo/Evgeniy Maloletka

Os analistas há muito que previam que seria apenas uma questão de tempo até as forças russas capturarem a povoação, que fica a apenas 15 quilómetros da região vizinha de Dnipropetrovsk e a 20 quilómetros da fronteira com a região de Dnipro.

As forças ucranianas retiraram-se de certas partes de Velyka Novosilka para evitar o cerco, disse a 110ª Brigada Mecanizada Separada no seu canal oficial do Telegram no domingo. A brigada está ativa nessa zona da linha da frente.

A brigada disse que, embora suas forças sejam praticamente iguais em termos de artilharia e drones, os russos têm uma grande vantagem em termos de mão de obra.

"As nossas unidades, aproveitando as condições climatéricas, retiraram-se habilmente das zonas onde havia ameaça de cerco. Isto não significa que tenhamos abandonado completamente a cidade, os combates em Velyka Novosilka continuam. Todas as ações têm como objetivo minimizar as nossas próprias perdas e causar o máximo de danos ao inimigo", refere o comunicado.

A brigada disse que a retirada dificultaria o avanço das tropas russas, uma vez que um rio na área atuaria como um obstáculo para um maior avanço.

Os pesados combates na região de Donetsk colocaram as tropas ucranianas numa situação "bastante difícil", advertiram os soldados na semana passada, acrescentando que são urgentemente necessárias mais armas para impedir a agressão russa e os seus avanços territoriais.

UE concorda com prorrogação das sanções contra a Rússia

Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE concordaram em extender as sanções contra a Rússia.

A chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, afirmou num post no X: "Isto vai continuar a privar Moscovo de receitas para financiar a sua guerra. A Rússia tem de pagar pelos danos que está a causar".

Em declarações aos jornalistas antes da reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, Kaja Kallas elogiou o presidente dos EUA, Donald Trump, por pressionar a Rússia a pôr fim à guerra na Ucrânia.

A UE renova as suas sanções de seis em seis meses e o prazo para a última prorrogação expira na sexta-feira.

As sanções incluem a proibição do comércio com a Rússia nos setores da energia, tecnologia, finanças, bens de luxo, transportes e radiodifusão, entre outros, bem como medidas que congelam os activos do banco central russo.

A renovação das sanções é normalmente uma formalidade, mas a recente retórica anti-sanções do Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, lançou dúvidas sobre a sua renovação. A Hungria acabou por retirar a sua ameaça de veto. Para ser aprovado, a extensão requer a unanimidade dos 27 Estados-membros.

Com a administração Trump a questionar o futuro da ajuda dos EUA à Ucrânia e a sublinhar a necessidade de mediar rapidamente um acordo de paz, tanto Moscovo como Kiev procuram êxitos no campo de batalha para reforçar as suas posições negociais antes de quaisquer conversações futuras.

No último ano, as forças russas têm estado a levar a cabo uma intensa campanha para abrir buracos nas defesas da Ucrânia na região oriental de Donetsk. A ofensiva, sustentada e dispendiosa, obrigou Kiev a desistir de uma série de cidades, aldeias e vilas.


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