Se dependesse da Ucrânia, a guerra terminaria amanhã, diz o principal assessor de Zelenskyy

A Europa não pode permitir-se ficar em segundo ou terceiro lugar no que respeita aos seus aliados, afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy no seu discurso em Davos, lançando mais uma vez um forte alerta ao continente.


Sasha Vakulina | Euronews

A mensagem não podia ser mais urgente: A guerra total da Rússia contra a Ucrânia, agora no seu terceiro ano, continua à porta de todos. As batalhas envolvendo soldados norte-coreanos estão agora a acontecer em locais geograficamente mais próximos de Davos do que de Pyongyang, disse o líder ucraniano.

Andriy Yermak, Chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia em Davos, 22 de janeiro de 2025 © Lionel Laval

O chefe da sua administração, Andriy Yermak, disse à Euronews que a Ucrânia precisa do apoio do continente para acabar com a guerra que nunca quis que acontecesse.

"Somos uma vítima desta agressão e queremos realmente restabelecer uma paz justa. Queremos acabar com esta guerra. Mas é claro que, este ano, em Davos, o discurso do Presidente e o seu discurso foram feitos especialmente para este momento e para a Europa", explicou Yermak.

O discurso de Zelenskyy em Davos ocorreu apenas um dia após a tomada de posse do presidente dos EUA, Donald Trump, e as autoridades de Kiev continuam confiantes de que a nova administração dos EUA apoiará a Ucrânia.

"Apreciamos a disponibilidade do Presidente dos Estados Unidos e da nova administração para tornar isto uma realidade e pôr fim à guerra através de uma paz justa", afirmou Yermak. Quando se trata da agressão da Rússia, "é necessário estarmos juntos: A Europa, os Estados Unidos e a Ucrânia e ir para a paz através da força".

Durante o debate presidencial, Trump recusou-se a dizer se queria que a Ucrânia ganhasse a guerra contra a Rússia, evitando a pergunta direta sobre este assunto. Ele disse: "Eu quero que a guerra pare", afirmando que pode acabar com ela em 24 horas.

Yermak disse que não há necessidade de analisar excessivamente o discurso de Trump ou de procurar qualquer significado oculto.

"Toda a gente compreende: é necessário acabar com esta guerra através de uma paz justa. Do nosso lado, sempre dissemos que a vitória é igual à paz justa. Isso significa que, para nós, não há alternativa", disse Yermak.

Quanto à outra promessa do presidente dos EUA de acabar com a guerra num dia, Yermak preferiu não mencionar qualquer prazo.

"Penso que ninguém neste planeta sabe exatamente quando é que esta guerra vai acabar. Se dependesse da Ucrânia e de todo o mundo democrático, terminaria amanhã".

No entanto, Vladimir Putin e o Kremlin querem esta guerra e o seu plano - assumir o controlo de um país vizinho e destruir os valores europeus e a sua ordem democrática - continua a ser o mesmo.

"Esta é a guerra da Rússia: não é uma guerra por território, é uma guerra contra a democracia e contra o mundo livre. Eles querem destruir a Ucrânia, mas já passaram três anos. Ainda estamos a lutar, ainda somos fortes e ainda somos corajosos", explicou Yermak.

"E tenho a certeza absoluta de que vamos conseguir esta paz justa, juntamente com os nossos amigos e com os nossos parceiros".


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