Rússia se rearma mais rápido do que se pensava 'para possível ataque à Otan'

Vladimir Putin está 'claramente criando as condições' para um ataque, diz chefe do exército alemão

James Kilner | The Telegraph

A Rússia está se rearmando mais rápido do que se pensava para um possível ataque à Otan, alertou o ponteiro militar da Alemanha na Ucrânia.

Um lançador de foguetes múltiplos autopropulsado russo 'Grad' dispara contra posições ucranianas Crédito: Serviço de Imprensa do Ministério da Defesa da Rússia/AP

Na véspera da posse de Donald Trump como presidente dos EUA, o major-general Christian Freuding disse que a Rússia já havia substituído mísseis e tanques perdidos em sua invasão da Ucrânia.

"As forças armadas russas não são apenas capazes de compensar suas enormes perdas pessoais e materiais... eles estão se rearmando com sucesso", disse ele ao jornal Die Welt.

Vladimir Putin reorientou a economia russa para alimentar sua máquina de guerra e também comprou suprimentos extras do Irã e da Coreia do Norte, que o major-general Freuding, chefe da força-tarefa militar alemã, disse estar ajudando a Rússia a reabastecer seus tanques, mísseis e drones.

Ele alertou que, embora não esteja claro se Putin tem planos de atacar a Otan, ele está "claramente criando as condições para isso".
"A produção está crescendo, os suprimentos nos depósitos estão crescendo", disse ele.

A Alemanha está envolvida em um debate antes de uma eleição nacional no próximo mês sobre se deve apoiar um pacote de ajuda de £ 2,5 bilhões para a Ucrânia.

Olaf Scholz, o chanceler, disse que só apoiará o pacote de ajuda à Ucrânia se as rígidas regras nacionais de empréstimos forem relaxadas.

Na Ucrânia, as forças russas cercaram a cidade-fortaleza de Pokrovsk e estão prestes a capturar uma das últimas aldeias controladas pela Ucrânia no sul de Donetsk.

Blogueiros militares russos celebraram os avanços militares e disseram que eles estavam "moldando a agenda internacional".

"A Ucrânia interrompeu a mineração de carvão na mina de Pokrovsk devido à aproximação das forças russas", disse o blog Two Majors Telegram. "Pokrovsk está cercada pelos flancos."

Pokrovsk, na seção central da linha de frente, tem sido alvo das forças russas há várias semanas. Os relatórios agora dizem que as forças invasoras estão bombardeando a cidade.

Analistas disseram que a cidade, que tinha uma população pré-guerra de 60.000 pessoas, é de grande importância estratégica porque atua como um centro de abastecimento para os militares ucranianos e como um centro de rede ferroviária e rodoviária.

A mina de carvão de coque nos arredores de Pokrovsk também é vital para a indústria siderúrgica da Ucrânia, a segunda maior indústria de exportação, pois é uma das maiores da Europa e a única em operação no país.

A Reuters citou fontes ucranianas não identificadas confirmando que a Ucrânia fechou a mina e evacuou os trabalhadores no início desta semana, enquanto as forças russas avançavam.

"Todos eles pararam de funcionar agora", disse uma fonte. "Não há produção lá, eles estão apenas trabalhando na superfície", disse outra fonte.

A captura de Velyka Novosilka, no sul da região de Donetsk, é mais simbólica do que estratégica, mas ressalta o quanto as forças russas avançaram desde meados de 2024.

Trump quer impor um acordo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia. Analistas disseram que Vladimir Putin quer que as forças russas capturem o máximo de terra possível antes das negociações e disse a seus generais para lançar soldados em posições ucranianas em uma extensão de suas "táticas de infantaria de enxame".

Mas assessores de Volodymyr Zelensky disseram que seria um "erro catastrófico" para Trump abrir negociações com Putin, embora os ucranianos estejam exaustos com a guerra e as pesquisas mostrem um apoio crescente a um acordo de paz negociado.