Novos blindados do Exército vão custar mais de R$ 20 bilhões; saiba quais e como são

Com previsão de custar dezenas de bilhões de reais ao longo dos próximos anos, o Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas pretende modernizar a frota de viaturas disponíveis para as tropas brasileiras. Só em 2025, quando é esperada a entrega de 122 blindados, deverão ser gastos R$ 622 milhões no projeto, segundo a proposta orçamentária do governo para o Ministério da Defesa enviada ao Congresso Nacional.


O Globo — Rio de Janeiro

No total, as viaturas blindadas devem custar R$ 20 bilhões, segundo o jornal Estado de São Paulo. Um desses blindados é o Centauro II. No total, o governo federal comprou 98 unidades por um total de R$ 5 bilhões do consórcio de montadoras italianas Iveco-Oto Melara. Os veículos deverão ser entregues nos próximos anos.

O blindado Centauro II, fabricado pelo consórcio italiano Iveco-Oto Melara — Foto: Reprodução

Com autonomia de 800 quilômetros, velocidade máxima de 105km/h, um canhão de 120mm, tração 8x8 e blindagem V (nível máximo), o Centauro II-BRA, versão 2015, deixa bem para trás nos quesitos técnicos o modelo Cascavel, versão 1974, que hoje ainda integra as Forças Armadas do Brasil e de boa parte da América do Sul (Bolívia, Colômbia, Paraguai e Uruguai).

O Cascavel conta com um canhão de 90mm, tração 6x6 e um nível III de blindagem, bastante inferior, que não é resistente a munições perfurantes, como a .30, além de granadas e ataques aéreos de mísseis Stinger e Tomahawk.

Em julho, o Exército brasileiro confirmou que selou a compra de até 420 viaturas blindadas Guaicurus da fabricante italiana Iveco, por cerca de R$ 1,4 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.

As viaturas são equipadas com um sistema de armas controladas remotamente e têm capacidade de detectar alvos a longas distâncias e em condições de baixa visibilidade. As viaturas blindadas multitarefa – leve sobre rodas (VBMT-LSR) 4X4 LMV-BR, da IDV —, foram incorporadas há pouco tempo ao Exército e receberam o nome de “Guaicuru” em homenagem a uma tribo indígena guerreira, que habitava os sertões do Centro-Oeste brasileiro e que era famosa por utilizar cavalos para caçar e atacar seus inimigos.

De acordo com o Escritório de Projetos do Exército, o Guaicuru "possui elevado nível de blindagem", motor a diesel, transmissão automática de seis marchas e capacidade de carga próxima de uma tonelada. O motor do veículo tem cerca de 220 cavalos de potência e velocidade máxima de 90 km/h.

O Guaicuru também pode ser equipado com metralhadorsa no teto e tem capacidade para munição de 2 mil cartuchos 7,62 mm, mil cartuchos .50 e 200 granadas calibre 40. Além disso, estão na lista de capacidades militares um lançador de granadas e fumaça.

A blindagem na carroceria torna o veículo capaz de resistir a tiros de calibre 7,62. O LMV-BR também conta com proteção contra explosões na parte inferior, incluindo o tanque de combustível, revestido de espuma especial.

O Guarani, por sua vez, é outro blindado nos planos do Exército. O veículo é capaz de transportar até 11 militares ao mesmo tempo, sendo até três operadores e outros oito combatentes. Em dezembro, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e a Iveco assinaram um acordo para o desenvolvimento de versões do Guarani para servirem como ambulâncias e posto de comando. Protótipos devem ser entregues até o fim de 2026.

Outros modelos de Guarani previstos são os de reconhecimento, socorro e porta morteiro. Com função anfíbia, o veículo pode chegar até 110km/h. Unidades do blindado foram usados em 2024 durante ações relativas às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O blindado entrou em operação oficialmente pelo Exército Brasileiro em março de 2013, com a proposta de modernizar as tropas brasileiras ao substituir as viaturas Urutu e Cascavel.

Segundo o Estado de São Paulo, o contrato atual prevê a entrega de 1.350 unidades até 2037.

Também no Programa Forças Blindadas consta a modernização do Cascavel. O Exército informou que os modelos atualizados apresentam uma série de inovações "com a adoção de um motor e caixa automática mais potentes e com a implementação de sistemas de última geração para aumentar a eficácia operacional". A nova versão do veículo tem sistemas de controle de torre modernos e ajuste de pressão dos pneus para todos os tipos de terreno. Canhões 90mm podem ser acionados por meio de joysticks, e um lançador de mísseis anticarro foi acrescentado.

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