O Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) lançou uma investigação sobre o potencial abuso de poder e de funções do ministro da Defesa, Rustem Umerov, de acordo com a imprensa.
Sasha Vakulina | Euronews
O escândalo estalou na semana passada, quando o conselho de supervisão da Agência de Aquisição da Defesa (DPA) votou por unanimidade a prorrogação do mandato da atual diretora Maryna Bezrukova por mais um ano.
No entanto, Umerov anulou a decisão do conselho na passada sexta-feira, afirmando que não renovaria o contrato de Bezrukova como diretora da DPA.
O presidente do Conselho de Administração da DPA, que alegou resultados insatisfatórios, nomeou Rustem Zhmadilov, que também gere o Operador Logístico Estatal, uma empresa responsável, entre outras coisas, pela aquisição de material para o exército ucraniano.
A DPA foi criada para coordenar a compra de armas para as forças armadas ucranianas, com o objetivo de eliminar os intermediários e minimizar o risco de corrupção.
Numa declaração de sexta-feira, Umerov afirmou que a agência se tinha "inexplicavelmente transformado numa 'Amazon'" e que as suas compras eram demasiado visíveis para o público. Há muito que a Ucrânia procura manter confidenciais os pormenores relativos à aquisição de armas.
Umerov também demitiu dois membros do conselho de supervisão da agência: Taras Chmut, o diretor do fundo "Come Back Alive", e Yuriy Dzhyhyr, o antigo vice-ministro da Defesa.
Na sequência da decisão de Umerov, o Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia apresentou uma queixa à NABU para que fosse aberta uma investigação contra o ministro da Defesa por suspeita de alegado abuso de poder por se ter recusado a cumprir a decisão da DPA.
Entretanto, a situação no Ministério da Defesa atraiu a atenção internacional.
Numa declaração conjunta, os embaixadores do G7 apelaram a uma rápida resolução do problema, à implementação de reformas de governação e à adesão aos princípios da NATO.
De acordo com a legislação ucraniana, os conselhos de supervisão podem contratar e despedir unilateralmente os diretores das empresas públicas. Isto significa que, legalmente, após a votação do conselho, Bezrukova deveria permanecer no seu posto na DPA durante mais um ano.
No entanto, devido a alterações introduzidas recentemente nos estatutos da agência pelo Ministério da Defesa, que supervisiona a DPA, o ministério tem o poder de anular as decisões do conselho de supervisão.