Emir do Catar se torna primeiro chefe de Estado a visitar novo presidente sírio

O emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani, pediu nesta quinta-feira (30) a criação urgente de um governo inclusivo na Síria, durante uma entrevista em Damasco com o presidente interino Ahmad al Sharaa.


France Presse

Trata-se do primeiro chefe de Estado a visitar o novo governante sírio, que foi designado para a presidência no dia anterior, após a queda de Bashar al Assad.

O emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani (à esq.), conversa com Ahmad al Sharaa após aterrissar no aeroporto de Damasco, em 30 de janeiro de 2025, em foto divulgada pela agência de notícias oficial da Síria, SANA

O emir catariano "insistiu na necessidade urgente de implementar um governo que represente todos os componentes" da sociedade síria para "consolidar a estabilidade e avançar nos projetos de reconstrução, desenvolvimento e prosperidade", segundo um comunicado oficial do Catar.

As novas autoridades sírias buscam tranquilizar a comunidade internacional sobre sua capacidade de reunificar o país, que foi dividido após anos de guerra. Elas tentam atrair os ricos países do Golfo para financiar a reconstrução e ajudar a economia a se recuperar, que foi afetada pelas sanções internacionais.

"Nas reuniões de hoje, falamos sobre uma estrutura global para um compromisso bilateral em matéria de reconstrução", afirmou o chefe da diplomacia síria, Assad al Chaibani, em uma coletiva de imprensa com o ministro de Estado do Catar, Mohamed Al Khulaifi.

O emir foi recebido em sua chegada pelo "presidente da República Árabe Síria", Sharaa, informou o Diwan, o palácio do líder do Catar.

A embaixada da Síria em Doha havia informado anteriormente à AFP que o emir se reuniria com Sharaa, "em uma visita histórica que abordará a cooperação e a ajuda em vários setores".

A visita ocorre na véspera de uma série de decisões que as novas autoridades devem tomar, concentrando o poder nas mãos do novo governante.

Sharaa, designado presidente interino por um período indeterminado, deverá formar um "conselho legislativo interino" após a dissolução do Parlamento e a suspensão da Constituição.

As novas autoridades também anunciaram a dissolução do exército do regime de Assad e do seu partido Baaz, assim como a dissolução de todas as facções armadas, incluindo a que era liderada por Sharaa, o Hayat Tahrir al Sham.

O Ministério das Relações Exteriores do Catar saudou na quarta-feira essas "medidas para reestruturar" o Estado sírio e "consolidar a paz civil, a segurança e a estabilidade".

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdelrahman Al Thani, havia visitado Damasco semanas antes, quando anunciou apoio técnico para reabilitar a infraestrutura da Síria, devastada pela guerra.


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