Banidos após serem libertados por Israel, prisioneiros palestinos chegam ao Egito

Setenta palestinos chegaram ao Egito neste sábado (25), após terem sido libertados por Israel como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Eles foram soltos após a libertação, um pouco mais cedo, de quatro soldadas israelenses.


Alexandre Buccianti e Sami Boukhelifa | RFI no Cairo e em Jerusalém

Imagens transmitidas neste sábado mostraram alguns dos prisioneiros, vestindo roupas esportivas cinza, descendo de dois ônibus no lado egípcio da fronteira de Rafah com Gaza. Depois de passarem pelo território egípcio, os presos "escolherão residir na Argélia, Turquia ou Tunísia", afirmou Amin Shuman, chefe do comitê de assuntos dos prisioneiros palestinos.

Banidos após serem libertados por Israel, prisioneiros palestinos chegam ao Egito © AP - Jehad Alshrafi

"É uma sensação indescritível", disse um dos libertados ao canal Al Qahera News, sorrindo e acenando da janela do ônibus.

Os detentos transferidos da prisão de Ktziot, no deserto de Neguev, em Israel, para o Egito, fazem parte de um grupo de 200 palestinos libertados no sábado em troca de quatro soldadas israelenses, mantidas em cativeiro em Gaza, libertadas pelo Hamas.

Após um exame médico, os casos que exigirem atendimento de emergência serão tratados no local. Os palestinos receberão documentos de identidade da Embaixada da Palestina no Cairo. Os países anfitriões, o Catar e, principalmente, a Turquia, fornecerão a eles passes para entrar em seu território.

De acordo com fontes egípcias, esse processo deve levar 72 horas e todos os ex-prisioneiros palestinos devem sair do Egito dentro de três dias, segundo o Cairo.

Segundo Thaer Shriteh, porta-voz do Comitê de Assuntos dos Prisioneiros Palestinos, ligado à OLP (Organização para a Libertação da Palestina), dos 200 prisioneiros libertados, 121 haviam sido condenados à prisão perpétua e 79 receberam longas sentenças de prisão. Por essa razão, alguns foram enviados a Ramallah ou Gaza e outros foram banidos do território, enviados ao Egito. “Aqueles cujas sentenças variaram de 20 a 35 anos de prisão serão exilados por três anos, após os quais poderão retornar. Mas os condenados à prisão perpétua serão banidos para sempre. Esses prisioneiros incluem o prisioneiro palestino mais antigo: Mohamed Al Tous Abu Shadi. Ele passou quarenta anos na prisão”.

Além desses prisioneiros enviados ao Egito, pelo menos 14 foram transferidos para a Faixa de Gaza. Dois dos prisioneiros libertados são da cidade israelense de Umm el-Fahm, e cinco de Jerusalém Oriental, um setor da Cidade Santa ocupado e anexado por Israel. Os outros foram libertados na Cisjordânia ocupada.

Contrapartida

A libertação aconteceu poucas horas após o Hamas ter libertado quatro reféns israelenses, na segunda etapa de troca de prisioneiros prevista pelo acordo de cessar-fogo na guerra de Gaza. Essa fase ocorre quase uma semana após a entrada em vigor do compromisso na região, devastada após mais de 15 meses de guerra entre Israel e Hamas.

As quatro militares israelenses, sequestradas no ataque sem precedentes do grupo islamista em 7 de outubro de 2023, foram entregues primeiro à Cruz Vermelha, que as transferiu para o Exército israelense.

(Com agências)

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