O Senegal anunciou o fechamento de todas as bases militares estrangeiras, especialmente as francesas, como parte de sua declaração de política geral.
HispanTV
"No que diz respeito à soberania em questões de defesa, o Presidente da República (Bassirou Diomaye Faye) anunciou o próximo fechamento de bases militares estrangeiras no Senegal. De todas as bases militares no Senegal", enfatizou o primeiro-ministro senegalês, Ousmane Sonko, na sexta-feira, em sua primeira Declaração de Política Geral (DPG) no Parlamento.
Soldados franceses durante um exercício militar em Dakar, capital do Senegal, em 16 de novembro de 2023. |
Sonko também insistiu que chegou a hora de o Senegal "administrar sua própria defesa e território, sem influências externas" e o país tomou essa medida no desejo de "fortalecer a autonomia nacional em questões de segurança".
Em 2010, iniciou-se uma nova orientação política no que diz respeito à presença militar estrangeira no Senegal, especialmente no aparato militar francês. Desde então, o número de militares foi reduzido dos 1200 iniciais para os atuais cerca de 350, que constituem os chamados Elementos Franceses no Senegal (SAI).
O interesse do Senegal em fechar as últimas bases francesas em seu país ocorre depois que o sentimento antifrancês forçou Paris a retirar suas tropas do Níger, Burkina Faso, Guiné, Mali e Chade, marcando o declínio da antiga potência europeia no Sahel.
Fartos de décadas de escravidão e pilhagem de suas riquezas pelas potências coloniais ocidentais, os vizinhos do Senegal, nomeadamente Mali, Burkina Faso e Níger, pediram ajuda à Rússia, após a expulsão das tropas francesas, para combater o terrorismo e garantir a segurança em seu território, o que é um grande desafio para o Ocidente na África.