O primeiro-ministro libanês pede à comunidade internacional que aja diante das violações israelenses do cessar-fogo que ele já ultrapassou 155 vezes.
HispanTV
Durante uma sessão especial de seu Conselho de Ministros realizada no sábado em Tiro, no sul do Líbano, o primeiro-ministro libanês Najib Mikati pediu aos patrocinadores internacionais dos acordos de segurança que "trabalhem séria e decisivamente para impedir as contínuas violações do inimigo".
Primeiro-ministro libanês Nayib Mikati. |
Ele enfatizou a necessidade de o regime israelense se retirar dos territórios ocupados para implementar efetivamente o cessar-fogo e alcançar uma estabilidade duradoura baseada na dignidade, soberania e direitos.
A declaração de Mikati vem após relatos de um ataque de drone israelense na cidade de Deir Siryan, Marjayoun, que resultou na morte de um cidadão libanês.
Ele também reafirmou o compromisso do governo libanês de apoiar o envio do exército ao sul do rio Litani e de cooperar com as forças de paz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) para cumprir a resolução da ONU.
A sessão destacou as contínuas violações dos termos do cessar-fogo pelas forças israelenses, e um comitê de monitoramento está atualmente avaliando o cumprimento do acordo.
Antes do discurso de Mikati, o ministro interino da Defesa do Líbano, Maurice Sleem, reiterou a adesão do Líbano à Resolução 1701 da ONU em conversas com seu homólogo italiano, condenando as violações israelenses como "violações flagrantes do cessar-fogo".
Em resposta a essas violações, o Movimento de Resistência Islâmica do Líbano (Hezbollah) atacou um local militar israelense em Ruwaysat al-Alam, nas colinas ocupadas de Kfar Shuba, em 2 de dezembro.
O Hezbollah descreveu essa ação como uma "resposta defensiva de advertência inicial" necessária às contínuas incursões israelenses no espaço aéreo libanês, inclusive sobre Beirute, a capital libanesa.
Nabih Berri, presidente do parlamento libanês e aliado do Hezbollah, também condenou as violações do acordo pelo regime israelense, chamando-as de "violações flagrantes".
Ele questionou a eficácia do comitê técnico encarregado de monitorar o cessar-fogo, observando que as violações israelenses estão comprometidas com o cessar-fogo.
A rede de notícias Arab48 informou que o exército israelense violou o acordo de cessar-fogo com o Líbano 14 vezes apenas no último dia (sexta-feira) e que o total de ações de Israel em violar a trégua (de 9 dias atrás até agora) chegou a 155 casos.
O acordo de armistício de 60 dias no Líbano encerrou mais de um ano de disparos transfronteiriços e dois meses de guerra aberta entre os dois lados. A agressão militar israelense contra o território libanês causou a morte de 3.768 pessoas e feriu mais de 15.699.