Ex-ministro de Jair Bolsonaro foi preso neste sábado (14) por articular tentativa de golpe de Estado
Vitória Queiroz | CNN
O general Walter Souza Braga Netto procurou o pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid para obter dados sigilosos da colaboração premiada. A informação consta na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão do ex-ministro.
Em depoimento no dia 5 de fevereiro de 2024, Mauro Cid confirmou que Braga Netto e “outros intermediários” procuraram o seu pai, Mauro César Lourena Cid, por telefone para saber informações sobre a colaboração premiada firmada pelo ex-ajudante de ordens.
“Não só ele como outros intermediários tentaram saber o que eu tinha falado. Isso fazia um contato com o meu pai, tentavam ver o que eu tinha, se realmente eu tinha colaborado, porque a imprensa estava falando muita coisa”, disse Mauro Cid em seu depoimento.
De acordo com Cid, Braga Netto fazia contato com seu pai por telefone porque os dois residiam em cidades diferentes. O ex-ministro estava em Brasília, enquanto Mauro Cesar Lourena Cid morava em Niterói (RJ).
O ex-ajudante de ordens disse que não poderia confirmar a existência de “contato pessoal” entre ambos. “Eu acho que não”, disse ao ser questionado pelos investigadores.
“Talvez intermediários pudessem estar tentando chegar perto de mim, até pessoalmente, para tentar entender o que eu falei, querer questionar, mas como eu não podia falar, eu meio que desconversava e ia para outros caminhos, para não poder revelar o que foi falado”, afirmou Mauro Cid no depoimento.
Pai de Mauro Cid
Mauro Cesar Lourena Cid confirmou, em depoimento complementar, que Braga Netto “entrou em contato no período em que o acordo estava sendo realizado, logo após a soltura de Mauro Cid”.Apesar de confirmar o contato com Braga Netto, o pai de Mauro Cid disse não se recordar se os assuntos tratados tinham relação com o acordo de colaboração premiada.