A Marinha Argentina continua realizando testes com o Super Etendard Modernisé, atividade com a qual busca consolidar a afinação dos caças-bombardeiros, pensando em seu comissionamento. Conforme relatado por fontes próximas ao assunto, as avaliações mais recentes incluíram um táxi, ocasião em que foram realizadas várias verificações pensando no futuro do sistema.
Zona Militar
O retorno ao serviço do Super Étendard Modernisé é um dos muitos objetivos estabelecidos pelo atual quartel-general da Marinha Argentina. Como explicou o Chefe do Estado-Maior da Marinha, Vice-Almirante Carlos María Allievi, à Zona Militar há alguns meses, "... a Marinha está focada na aeronave Super Etendard Modernisé, que foi comprada em 2019 e que nenhuma das cinco que compramos ainda voou, hoje uma dessas cinco pode fazer o que se chama de voo de teste, estamos focados nisso. E quero enfatizar que não há atraso burocrático, é apenas um atraso técnico..."
Super Étendard |
Naquela época (julho de 2024), os desafios para o retorno ao serviço do Super Étendard Modernisé estavam concentrados em quatro pontos críticos: "... São basicamente o pára-quedas, o assento ejetor, algum tipo de fissura estrutural que não é relevante, mas que deve ser analisada se tiver alguma implicação no voo, e a questão do motor...", explicou o vice-almirante Allievi à ZM.
“… O motor já foi lançado na semana passada, todos os parâmetros foram tomados, esses parâmetros foram enviados para a DIGAMC (Direção Geral de Aeronavegabilidade Militar Conjunta) que é a diretoria do Estado-Maior Conjunto que é quem tem que aprovar que a aeronave está em condições de poder executar o voo de teste...".
"... Dos outros três (pontos) estamos negociando, com a empresa de MBA que está em Córdoba, para que analisem aquele assento ejetor e aquele paraquedas atende às condições. E a questão das fissuras foi feita a análise técnica e que agora está em avaliação para ver se são fissuras normais de uma aeronave com mais de 30 anos e se isso afetaria o voo... Existem quatro aspectos técnicos nos quais estamos focados para que esta aeronave possa fazer o voo de teste. A questão dos cartuchos do assento ejetor do CITEDEF nos deu um relatório que diz que esses cartuchos estão em boas condições. Esse é o passo no curtíssimo prazo. Hoje a Marinha está analisando o que fazemos com o Super Étendard, os onze, e o que fazemos com o Super Etendard Modernisé, os cinco...".
O ajuste fino e a recuperação gradual do SUE e do SEM seriam uma ótima notícia para a Aviação Naval, que teve desenvolvimentos relevantes durante 2024. Isso incluiu a adição de um P-3C Orion, o primeiro exemplo de um total de quatro. Também houve avanços no processo de aquisição de helicópteros leves Leonardo AW109, uma iniciativa que permitirá a incorporação de novas capacidades, proporcionando aos navios da Marinha maior flexibilidade para controle do espaço marítimo, busca e salvamento, entre outros.
A incorporação e recuperação de material também impõe novos desafios, uma vez que demandarão uma maior disponibilidade de recursos orçamentários e humanos. Também são avaliadas considerações sobre a infraestrutura disponível, todas associadas à manutenção e suporte dos recursos da Aviação Naval.
Embora não haja datas oficiais no momento, o possível retorno ao serviço do SUE e do SEM permitirá que a Argentina recupere a capacidade de sua aviação de combate a jato, já que os únicos meios atualmente em serviço são treinadores, como o Pampa III e o Tucano da Força Aérea. Essa situação só seria revertida com a chegada do primeiro F-16AM/BM em condições de voo, marco que ocorreria no final de 2025.
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