A guerra da "Oitava Frente". O que Netanyahu quer dizer?

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O Oriente Médio testemunhou desenvolvimentos decisivos desde 7 de outubro, quando a guerra em Gaza se intensificou e se expandiu para incluir várias frentes regionais. Israel, que já havia anunciado que está travando guerras em sete frentes, incluindo Gaza, Cisjordânia, Líbano, Síria, Iraque, Iêmen e Irã, pode estar prestes a expandir a batalha para uma nova frente, anunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Sky News Arábia

Abu Dhabi - Em um discurso no Knesset, Netanyahu enfatizou que Israel está em processo de desmantelamento do que chamou de "eixo iraniano do mal", alertando que a batalha contra esse eixo ainda não acabou e enfatizando que Israel busca mudar as equações do Oriente Médio e fortalecer sua posição como um estado central na região.

Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu

Netanyahu e a "oitava" frente

Os comentários de Netanyahu aumentaram as especulações sobre a "oitava" frente que poderia surgir em um futuro próximo, levantando questões sobre a natureza dos próximos passos militares.

No programa de redação da Sky News Arabia, Samir al-Taqi, pesquisador do Instituto do Oriente Médio em Washington, enfatizou que há um consenso internacional ocidental e israelense sobre a necessidade de limitar a influência iraniana na região, observando que a presença iraniana representa uma ameaça à estabilidade regional e aos interesses dos EUA.

Sob a liderança de Netanyahu, Israel está buscando fortalecer suas prioridades regionais enquanto continua suas operações militares em vários países, disse ele.

Abdullah al-Sawalha, especialista em assuntos israelenses do Centro de Estudos dos Emirados, disse que as operações militares israelenses em áreas como Gaza, Líbano e Síria criaram um vácuo estratégico, que alguns grupos exploraram.

Ele observou que Israel está passando por uma mudança estratégica do ponto mais fraco de sua história política para o ponto mais forte desde outubro de 2023.

Hisham Jaber, especialista militar e estratégico, disse que as tentativas de Israel de dividir a Síria no âmbito do projeto "novo Oriente Médio" podem levantar preocupações generalizadas, especialmente com o papel da Turquia na região.

Ele acrescentou que qualquer ataque israelense ao Irã exigiria a aprovação dos EUA, dada a difícil situação militar na região.

Mansour Moadi, especialista em segurança e assuntos militares, enfatizou que Israel enfrenta desafios significativos não apenas nas frentes militares, mas também na "oitava frente" que representa as crises internas e políticas de Israel, incluindo os desafios legais que Netanyahu enfrenta após os eventos de 7 de outubro.

Moadi acrescentou que Israel pode estar em uma posição forte militarmente, mas precisa de uma estratégia abrangente que alcance a paz e a estabilidade na região.

Desafios futuros

Embora Israel enfatize o progresso militar que fez em várias frentes, especialistas apontam que o sucesso militar por si só não será suficiente para atingir objetivos estratégicos de longo prazo.

O desmantelamento de Israel do chamado "eixo iraniano do mal" pode enfrentar grandes dificuldades, especialmente à luz das divisões internas de Israel e sua necessidade de garantir a estabilidade nas áreas em que intervém.

A maioria dos especialistas concorda que a paz na região não será alcançada apenas por meio de vitórias militares, mas também requer uma vontade genuína de chegar a um acordo político que leve em consideração os interesses de todas as partes, incluindo os palestinos e os países vizinhos.

Israel, liderado por Netanyahu, parece determinado a expandir seu conflito regional em meio a desafios militares e políticos que pode enfrentar no futuro. Apesar de suas tentativas de alcançar mudanças radicais na região, a questão mais proeminente permanece: conseguirá alcançar uma paz sustentável apesar dessas escaladas militares?

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