Yechiel Leiter já havia pedido a anexação da Cisjordânia ocupada
Middle East Eye
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nomeou Yechiel Leiter, um defensor de longa data da expansão dos assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, como embaixador de Israel nos Estados Unidos.
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| Yechiel Leiter fundou a instituição de caridade One Israel Fund, com sede nos Estados Unidos, que fornece equipamentos de segurança e assistência financeira aos assentamentos (X) |
Leiter, um colaborador próximo de Netanyahu, atuou anteriormente como seu chefe de gabinete quando Netanyahu era ministro das Finanças. Ele também foi assessor do falecido primeiro-ministro Ariel Sharon quando ele era membro do Knesset, o parlamento israelense.
"Yechiel Leiter é um diplomata altamente capaz, um orador eloquente e possui um profundo conhecimento da cultura e da política americanas", disse Netanyahu em um comunicado.
Leiter, que substituirá Michael Herzog como embaixador, nasceu nos EUA e se mudou para Israel quatro décadas depois. Ele reside no assentamento de Eli, ao norte de Ramallah, e fundou a instituição de caridade One Israel Fund, com sede nos Estados Unidos, que fornece equipamentos de segurança e assistência financeira aos assentamentos.
Leiter já havia pedido a anexação da Cisjordânia em um artigo publicado em 2020, de acordo com o jornal israelense Haaretz. Ele apoiou consistentemente os assentamentos judaicos ao longo dos anos, particularmente em Hebron.
Israel Ganz, chefe do Conselho Yesha, o órgão guarda-chuva para os assentamentos judaicos na Cisjordânia, também saudou a nomeação de Leiter.
Ganz chamou Leiter de "um parceiro-chave na defesa da Judéia e Samaria em inglês", um termo que muitos israelenses usam para se referir à Cisjordânia, que Israel ocupou ilegalmente durante o conflito de 1967.
O Haaretz relatou que, em sua juventude, Leiter era membro da Liga de Defesa Judaica, fundada nos EUA pelo rabino de extrema direita Meir Kahane. O grupo foi posteriormente designado como organização terrorista pelos EUA, embora a designação tenha sido suspensa em 2022 devido à inatividade.
O filho de Leiter foi morto no ano passado em Gaza enquanto servia no exército israelense.
A nomeação de Leiter ocorreu apenas três dias após a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA. Durante seu primeiro mandato, Trump reverteu décadas de política dos EUA que considerava os assentamentos israelenses na Cisjordânia uma violação do direito internacional.
Sob Trump, Israel expandiu agressivamente sua construção de assentamentos, avançando mais profundamente na Cisjordânia e construindo milhares de casas de colonos em terras palestinas.
Trump também reconheceu o controle de Israel sobre as Colinas de Golã, um território sírio que Israel anexou em 1981 em um movimento que a comunidade internacional nunca reconheceu.
Os líderes dos colonos de Israel e figuras de extrema-direita saudaram a vitória de Trump, principalmente depois que o governo Biden impôs sanções e congelamento de ativos a grupos de colonos e indivíduos envolvidos na violência contra palestinos na Cisjordânia ocupada.
A nomeação de Leiter sugere que Netanyahu planeja avançar em políticas alinhadas com a agenda do movimento de colonos, que inclui a anexação da Cisjordânia.
