A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de manter a validade do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi vista como um “péssimo sinal” pelo entorno do ex-presidente e do general da reserva Walter Braga Netto.
Por Bela Megale | O Globo
A leitura feita é que, para manter a validade do acordo, mesmo com a Polícia Federal apontando as omissões feitas pelo tenente-coronel, Cid colaborou muito com a investigação e preencheu as lacunas apresentadas. Eles avaliam que os principais atingidos pelas novas revelações feitas pelo ex-ajudante de ordens da Presidência no depoimento desta quinta-feira a Moraes devem ser Bolsonaro e Braga Netto.
Bolsonaro e o ex-ministro Braga Netto em 2020 — Foto: Pablo Jacob |
Pessoas próximas a Cid relataram que ele deixava evidente o temor de voltar a ser preso, após a PF pedir o cancelamento de sua colaboração. A medida foi adotada após o militar negar conhecer um plano golpista que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes em depoimento aos investigadores, na terça-feira passada.