Um ataque israelense teve como alvo o posto fronteiriço de Al-Qaa-Jousieh entre o Líbano e a Síria no sábado (02), o segundo bombardeio desse tipo em quase uma semana. Segundo um funcionário da ONU, "estruturas humanitárias" foram afetadas.
RFI
Alvejado pela primeira vez em 25 de outubro, este posto fronteiriço, que se tornou crucial para a passagem de refugiados que fogem da guerra no Líbano entre Israel e o Hezbollah, foi novamente atingido do lado sírio na madrugada de sábado.
Israel volta a bombardear posto na fronteira do Líbano com a Síria © Violeta Santos Moura / REUTERS |
“Um novo ataque israelense atingiu o posto fronteiriço de Jousieh, onde muitos libaneses e sírios atravessam do Líbano para a Síria”, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi, no X.
“As estruturas humanitárias também foram afetadas. Fugir (e cuidar daqueles que fogem) tornou-se difícil e perigoso à medida que a guerra continua a se espalhar”, lamentou.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG sediada no Reino Unido, mas com uma vasta rede de fontes na Síria, confirmou que dois ataques israelenses atingiram o posto fronteiriço do lado sírio.
O primeiro ataque, no final de outubro, fez com que o tráfego no ponto de passagem caísse 90%.
A escalada do conflito entre o Hezbollah e Israel desde 23 de setembro levou mais de 500 mil pessoas, principalmente sírios, a fugir do Líbano para encontrar refúgio na Síria, segundo as autoridades libanesas.
Aviões israelenses já haviam realizado um ataque em 4 de outubro no leste do Líbano, perto do posto fronteiriço de Masnaa com a Síria, cortando a estrada principal entre os dois países.
O Líbano e a Síria estão ligados por seis passagens de fronteira. Mas também existem dezenas de travessias ilegais e rotas informais ao longo da longa fronteira.
As passagens fronteiriças da província síria de Homs (centro) – onde se encontra Jousieh – estão situadas não muito longe da cidade de Al-Qusayr, considerada uma importante zona de influência do Hezbollah, que interveio na guerra na Síria para apoiar o regime de Bashar al-Assad.
Confirmando em 25 de outubro o bombardeio da “infraestrutura na passagem fronteiriça” de Al-Qaa-Jousieh, um porta-voz do Exército israelense garantiu que o Hezbollah “planejava transferir armas através do ponto de passagem”.
Desde 23 de setembro, os ataques israelenses no Líbano deixaram mais de 1.900 mortos, segundo uma contagem da AFP baseada em dados do Ministério da Saúde libanês.
Agente do Hezbollah capturado
O Exército israelense confirmou no sábado que capturou um “agente de alto escalão do Hezbollah” libanês durante uma operação liderada por uma unidade de elite da marinha em Batroun, uma cidade ao norte de Beirute.“Durante uma operação especial realizada por Shayetet 13 na cidade libanesa de Batroun, um agente de alto escalão do Hezbollah foi detido”, disse um oficial militar em comunicado. O homem, cujo nome não foi divulgado, “foi transferido para território israelense” e “é atualmente objeto de uma investigação”, acrescentou este responsável, falando sob anonimato.
(Com informações da AFP)