O grupo palestino Hamas alertou no sábado sobre os planos do governo israelense e dos colonos ilegais para forçar os palestinos a deixarem suas aldeias na Cisjordânia ocupada, informou a agência de notícias Anadolu.
Monitor do Oriente Médio
Uma figura importante do Hamas, Mahmoud Mardawi, numa declaração oficial, disse: “Alertamos para o grave perigo representado pelos planos liderados pelo governo de ocupação extremista e por grupos de colonos ilegais para deslocar os residentes das aldeias palestinianas na Cisjordânia ocupada”.
Mardawi destacou que as ações atuais em áreas como Masafer Yatta, o Vale do Jordão e aldeias ao redor de Nablus, Salfit e Ramallah constituem um “plano sério que visa a presença palestina na Cisjordânia ocupada”.
Ele disse: “A ocupação procura alterar a realidade demográfica e completar o seu plano de anexação da Cisjordânia, que já resultou na apreensão de milhares de hectares de terras palestinas ao longo dos anos”.
Desde o início do ataque de Israel em Gaza, em 7 de Outubro de 2023, as forças israelitas e os colonos ilegais conduziram alegadamente mais de 16.663 ataques na Cisjordânia ocupada, deslocando 28 comunidades beduínas palestinianas, de acordo com a Comissão Palestiniana de Colonização e Resistência ao Muro.
Fontes israelenses estimam que mais de 720 mil colonos ilegais residam na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Desde então, pelo menos 767 palestinos foram mortos e 6.300 feridos por disparos do exército israelense na Cisjordânia, segundo o Ministério da Saúde palestino.
A atual escalada surge na sequência de um parecer de Julho do Tribunal Internacional de Justiça que declarou “ilegal” a ocupação de décadas dos territórios palestinianos por Israel e apelou à evacuação de todos os colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.