Um caça veterano da Guerra do Golfo chegou ao Brasil no sábado, 2 de novembro, e um detalhe na sua fuselagem conta parte da sua história de combate.
Por Carlos Martins | Aeroin
A comitiva americana é composta por 6 caças F-15C Eagle I da Guarda Aérea Nacional da Lousiana, e um destes caças, o de matrícula 85-0102, tem um detalhe na sua fuselagem: três estrelas verdes abaixo do cockpit.
Foto: Gerard van der Schaaf |
Estes símbolos são as marcas de abates que esta aeronave em específico fez durante a Guerra do Golfo (Operação Tempestade no Deserto). Na época, este jato estava no 58º Esquadrão de Caça Tático (58TFS que hoje é o 58FS, baseado na Flórida).
No dia 29 de janeiro de 1991, o Capitão David Rose abateu um MiG-23 Flogger da Força Aérea do Iraque. Uma semana depois, já em 7 de fevereiro, o Coronel Anthony Murphy abateu dois caças Sukhoi Su-22 Fitter que tentavam fugir para o Irã, com o qual Saddam Hussein tinha feito um acordo para resguardar parte da sua força aérea.
Durante toda a operação Tempestade no Deserto, o 58TFS permaneceu no topo com maior número de abates e missões, consagrando-se como reis do deserto, abatendo inclusive aeronaves soviéticas mais avançadas, como o MiG-29 Fulcrum.
Apesar de ter mudado de esquadrão, o mérito pelos abates continua na aeronave, que agora participa do Exercício CRUZEX 2024 na Base Aérea de Natal. São três estrelas verdes (cor oficial da Força Aérea do Iraque), com a descrição do modelo de cada avião abatido e a respectiva data. Todos estes abates foram feitos usando mísseis ar-ar guiados por radar do modelo AIM-7 Sparrow.
Os visitantes que tiverem oportunidade de entrar na CRUZEX poderão notar este detalhe na fuselagem.