Delegação Indiana vem ao Brasil em dezembro para discutir jatos de combate e aeronaves de transporte

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Um acordo para o C-390 Millennium tem o potencial de se tornar o maior contrato de aeronave de transporte militar da Embraer em sua crescente história de vendas


Roberto Caiafa | InfoDefensa

As relações entre Brasil e Índia no Setor de Defesa, dentro da expansão do chamado BRICS, estão caminhando para um novo e grande salto. A fábrica local da Taurus Armas, resposta a iniciativa governamental Make in India, é apenas um dos exemplos de negócios que podem alavancar as bases industrias de Defesa e Segurança de ambos os países.


Segundo apurou Infodefensa, a delegação indiana que vem ao Brasil para mais uma edição do Diálogo da Indústria de Defesa (DID) Brasil x India, visitará a cidade de São José dos Campos nos dias 8 e 9 de dezembro para cumprir uma importante agenda.

Nos dois dias devem ocorrer discussões com a EMBRAER, Ministério da Defesa e Governo Brasileiro sobre negócios que podem envolver bilhões de dólares em aviões de combate, jatos de transporte militar, mísseis para defesa antiaérea, drones e aeronaves remotamente pilotas de grande capacidade, manutenção compartilhada de submarinos Scorpene (diesel-elétricos), munições guiadas lançadas do ar e/ou disparadas por artilharia, e sistemas de guerra eletrônica/guerra cibernética.

Nos bastidores, comenta-se que um dos negócios em tela envolveria a compra com co-produção local, pelos indianos, do EMBRAER C-390 Millennium, e em contrapartida, em um negócio governo a governo, o Brasil se tornaria cliente de exportação da última versão existente do caça TEJAS, de projeto e fabricação indiana.

O LCA MK2 Tejas é um caça supersônico de combate desenvolvido e fabricado pela Hindustan Aeronautics Limited (HAL). O nome Tejas significa "esplendor" e foi dado ao avião pelo então primeiro-ministro Atal Bihari Vajpayee.

O caça de combate leve monomotor foi criado para atender os requisitos operacionais da Força Aérea Indiana (IAF). O avião possui um radar de varredura eletrônica ativa AESA, dispara mísseis BVR, se defende com uma suite de guerra eletrônica (EW) desenvolvida localmente e possui um sistema para reabastecimento em voo, que estende sua capacidade operacional.

Em paralelo, a Índia também logrou modificar o TEJAS para emprego embarcado em navio-aeródromo, o que o tornaria elegível também para a Aviação Naval da Marinha do Brasil, substituindo os antigos A-4K/KU modernizados.

Pelo lado indiano, o C-390 Millennium substituiria diversos modelos de aeronaves de transporte de tecnologia soviética, bem antigos, com a implementação de uma linha de montagem final ou FAL, de final assembly line, em território indiano, o que estaria alinhado com as diretivas Make in India além de permitir a indústria de defesa local integrar o seu conteúdo no avião, na fase final de montagem, testes e entrega para voo, de acordo com os requerimentos nacionais.

Esse negócio envolvendo o C-390 Millennium tem potencial para tornar-se o maior contrato envolvendo o avião de transporte militar da Embraer em sua crescente trajetória de vendas. No início de 2024, a Embraer Defesa & Segurança e a Mahindra Defence Systems assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) envolvendo o C-390 Millenium.

Com a assinatura do MoU, Embraer e Mahindra Defense Systems estão trabalhando com a Força Aérea da Índia para identificar os próximos passos do Programa MTA, criado para modernizar a aviação de transporte militar indiana, assim como em meios para colaborar com a indústria aeroespacial e de defesa indianas para iniciar o desenvolvimento do plano de industrialização local do projeto.


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