O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, disse, nesta quinta-feira (17), que 19 "mercenários" estrangeiros foram detidos no último mês por seus supostos vínculos com planos para derrubar o presidente Nicolás Maduro após as eleições controversas de 28 de julho.
France Presse
Sem oferecer detalhes sobre as datas, Cabello se referiu à "captura de um novo grupo de mercenários", aos quais vinculou com os governos de Espanha e Estados Unidos: "Aqui entra o CNI [Centro Nacional de Inteligência espanhol] com a direção de toda a operação, a CIA, a DEA, o governo dos Estados Unidos".
O ministro de Interior e Justiçia de Venezuela, Diosdado Cabello, durante coletiva de imprensa em 14 de setembro de 2024 em Caracas © Handout |
Entre os presos estão os americanos Gregory David Weber, a quem o governo venezuelano vincula com operações cibernéticas contra instituições estatais, e o paramédico David Gutenberg Guillaume, que, segundo Cabello, tinha a missão de "prestar ajuda em caso de feridos nas atividades terroristas".
Jonathan Pagan González, outro americano, "foi detido em Zulia [oeste]" e é acusado de buscar "atentar" contra Maduro e outros altos funcionários.
Também identificou Jorge Marcelo Vargas, de nacionalidade americana e boliviana, que, garantiu, foi flagrado tirando fotos em refinarias do país. Além disso, há "vários colombianos" no grupo, um peruano e um libanês.
"O plano é a derrubada da revolução bolivariana", apontou, em alusão à reeleição de Maduro para um terceiro mandato consecutivo em meio a denúncias de fraude por parte da oposição.
Os detidos também estão sendo vinculados ao tráfico de armas vindas dos Estados Unidos. Até agora, são mais de 500 armas confiscadas.
Cabello já havia anunciado em 14 de setembro a detenção de três cidadãos americanos, dois espanhóis e um tcheco.
Nessa oportunidade, identificou os detidos como Wilbert Josep Castañeda, "militar ativo" dos Estados Unidos e "chefe" do plano, e outros dois americanos, David Estrella e Aaron Barren Logan, bem como os espanhóis José María Basoa e Andrés Martínez Adasme.
Dois dias mais tarde, foi confirmada a prisão de um quarto americano.
"Os americanos detidos na Venezuela estão muito bem, melhor que os que estão em Guantánamo [...] todos estes cidadãos estrangeiros têm seus direitos respeitados", afirmou Cabello nesta quinta.
O governo venezuelano tem o hábito de denunciar planos "terroristas" para forçar a saída de Maduro, cuja reeleição desembocou em protestos que deixaram 27 mortos e mais de 2.400 detidos.