O Ministério da Defesa nega que a Argentina empregue meios e pessoal no conflito entre Israel e Líbano

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A incorporação da República Argentina, por meio da Marinha Argentina, às Forças Marítimas Combinadas (CMF), em setembro passado, representou um marco na política de defesa e segurança marítima do país. A Argentina torna-se assim o 46º membro desta coalizão multinacional, que é considerada a maior associação de segurança marítima do mundo. Este passo não é apenas o compromisso da Argentina em termos de cooperação internacional em segurança, mas também tem implicações estratégicas na região e além.


Por Alejo Sánchez Piccat | Zona Militar

A integração formal se materializou durante a visita de uma delegação do Ministério da Defesa, chefiada pelo secretário de Assuntos Internacionais, Juan Battaleme, e pelo comandante de treinamento e alistamento da Marinha, contra-almirante Juan Carlos Coré. Durante esta reunião, o secretário apresentou um documento assinado pelo ministro da Defesa, Luis Petri, que aceitou o convite para participar ativamente da CMF a partir de 2025. O Vice-Almirante da Marinha dos EUA e Comandante das Forças Marítimas Combinadas, George Wikoff, destacou a longa tradição marítima da Argentina e expressou que sua participação fortalecerá as parcerias regionais e a segurança no ambiente marítimo.


O que implica a incorporação da Argentina ao CMF?

A CMF é uma estrutura naval composta por pessoal do quartel-general e cinco grupos de trabalho combinados, cuja missão é realizar operações que combatam as atividades de organizações terroristas, previnam a pirataria, fomentem a cooperação regional e promovam um ambiente seguro no mar. Nas palavras da própria CMF, esta associação naval "defende a ordem internacional baseada em regras, apoiando a segurança e a estabilidade em 3,2 milhões de milhas quadradas de água que cobrem algumas das rotas marítimas mais importantes do mundo".

Cada um dos grupos de trabalho do CMF é especializado em diferentes áreas de segurança marítima. Por exemplo, a CTF 150 se concentra no Golfo de Omã e no Mar da Arábia, enquanto a CTF 151 lidera iniciativas antipirataria. A CTF 152 é dedicada à segurança no Golfo Pérsico e a CTF 153 trata da segurança no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb. A CTF 154 é responsável pelo treinamento de segurança marítima em toda a região.

A participação da Argentina nesse contexto não só tem valor estratégico, mas também tem implicações em outras áreas. Conforme expresso pelo Ministério da Defesa no momento da incorporação, essa colaboração protege os interesses econômicos da Argentina, melhora a competitividade de suas exportações e garante um fluxo seguro de produtos para o mercado global. Ao reduzir os custos logísticos e garantir as rotas comerciais, a Argentina busca consolidar sua presença no cenário marítimo internacional.

Diante de versões que expõem que a Argentina empregou meios militares diante da situação de segurança no Oriente Médio, após consultas com a Zona Militar, o Ministério da Defesa afirmou que a força marítima combinada não se destina a agir contra um Estado específico, mas busca salvaguardar os interesses globais na esfera marítima. Nesse sentido, a Argentina se unirá em 2025 a dois representantes da Marinha para se familiarizar com o ambiente operacional da CTF-150, o que fortalecerá sua capacidade de resposta às ameaças marítimas e contribuirá para a estabilidade na região.

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