O ministro das Relações Exteriores da Rússia destacou que é necessário falar sobre isso levando em consideração todos os fatores, "em vez de avançar astutamente um slogan atraente que esconde o desejo de benefício unilateral"
TASS
MOSCOU - O pedido do presidente dos EUA, Joe Biden, por negociações sobre o controle de armas nucleares sem pré-condições nada mais é do que um engano, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em entrevista à aif.ru.
Sergey Lavrov © Mikhail Tereshchenko/TASS |
"Está enraizado no mal. O apelo para discutir estabilidade estratégica e controle de armas nucleares sem pré-requisitos é falso. O que implica 'sem pré-requisitos'? Isso implica que os americanos mantêm o direito de nos designar como adversários em seus documentos doutrinários e de declarar oficialmente seu objetivo de causar uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha", disse o principal diplomata.
Segundo Lavrov, com base no que Biden disse, a Rússia deve aceitar essas condições e concordar com os Estados Unidos sobre a redução de armas, sem exigir a rejeição da atual política dos EUA.
"As negociações de controle de armas devem ser baseadas no respeito mútuo e no reconhecimento recíproco de que a guerra deve ser evitada. Quando eles propõem: 'Vamos iniciar negociações sem quaisquer condições, mas meu objetivo continua sendo sua destruição no campo de batalha', essa é uma abordagem prudente? Acho que não", enfatizou o ministro.
Ele ressaltou que é necessário falar sobre isso levando em consideração todos os fatores, "em vez de avançar astutamente um slogan atraente que esconde um desejo de benefício unilateral".
Anteriormente, Biden disse que estava pronto para negociar com a Rússia, China e Coreia do Norte sobre a redução de armas nucleares sem pré-condições. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, apontou que os Estados Unidos estavam pedindo à Rússia que realizasse negociações sobre estabilidade estratégica sem pré-condições, a fim de tentar consolidar vantagens militares unilaterais, mas Moscou foi categoricamente contra.