O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse a enviados dos Estados Unidos nesta quinta-feira que a capacidade de Israel de combater ameaças à sua segurança vindas do Líbano e de devolver pessoas deslocadas para o norte do país são elementos-chave de qualquer acordo de cessar-fogo com o Líbano.
Por Laila Bassam, Timour Azhari e Emily Rose | Reuters
BEIRUTE - Ele estava falando pouco depois de um ataque do Hezbollah em Metula, no norte de Israel, matar cinco pessoas, incluindo um fazendeiro israelense e quatro trabalhadores estrangeiros, enquanto mais dois civis foram mortos por estilhaços perto da cidade de Kiryat Ata, segundo autoridades israelenses.
Prédios destruídos do lado libanês da fronteira entre Líbano e Israel 31/10/2024 REUTERS/Violeta Santos Moura |
Enquanto isso, Beirute disse que uma série de ataques israelenses havia matado seis profissionais de saúde no sul do Líbano.
"A questão principal não é a papelada deste ou daquele acordo, mas a capacidade e a determinação de Israel de aplicar o acordo e impedir qualquer ameaça à sua segurança vinda do Líbano", disse o gabinete de Netanyahu aos dois enviados dos EUA.
Brett McGurk e Amos Hochstein estavam em Israel em um novo esforço para garantir o cessar-fogo no Líbano e em Gaza.
Fontes haviam dito anteriormente à Reuters que as negociações estavam centradas em uma pausa de 60 dias para permitir a implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, o que implicaria no Hezbollah retirando sua presença armada ao sul do rio Litani.
A pressão diplomática ocorre em meio à intensificação dos combates entre Israel e Hezbollah, apoiado pelo Irã, que ocorre paralelamente à guerra de Israel em Gaza contra os militantes do Hamas, que deixou o pequeno enclave em ruínas e causou uma crise humanitária.
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita acusou Israel de perpetrar uma forma de "genocídio" com seu ataque violento ao norte de Gaza -- uma acusação que o país nega -- e pediu ao Líbano que resolva sua crise política de longa data.
BOMBARDEIO
Israel bombardeou áreas ao redor da cidade de Baalbek, no leste do país, nesta quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo, depois de emitir avisos de retirada.Na quarta-feira, Israel realizou pesados ataques aéreos contra o Hezbollah dentro e nos arredores da cidade, que é famosa por seus templos romanos.
Dezenas de carros puderam ser vistos saindo em alta velocidade da área após o aviso de quinta-feira, com fumaça preta ainda visível emanando da cidade de Douris, onde um ataque israelense no dia anterior destruiu os estoques de combustível do Hezbollah, de acordo com os militares israelenses e uma fonte de segurança libanesa.
Milhares de pessoas que fugiram da violência buscaram abrigo na cidade vizinha de Deir al-Ahmar, de maioria cristã, onde a autoridade local Jean Fakhry disse que as autoridades estavam lutando para cobrir até mesmo uma fração de suas necessidades e que algumas pessoas tiveram que passar a noite em seus carros.
"Não podemos continuar assim", disse Fakhry.
(Reportagem de Laila Bassam, Timour Azhari e Maya Gebeily, em Beirute, e Emily Rose, em Jerusalém)
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