Israel bombardeia alvos militares no Irã; Teerã afirma ter "direito e dever" de retaliar

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Ao menos dois militares iranianos morreram em bombardeios israelenses na madrugada deste sábado (26) no Irã, mas os estragos são "limitados", segundo Teerã. Israel preparava há semanas uma resposta aos ataques iraniano de 1° de outubro e diz ter visado apenas alvos militares no país.


RFI

Em um comunicado, o Exército israelense explicou ter atacado locais de fabricação de mísseis, para destruir armamentos que ameaçavam a segurança dos cidadãos do país. "O Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas", diz o texto.

Israel bombardeia alvos militares no Irã; Teerã afirma ter "direito e dever" de retaliar © AP

Após os bombardeios, o porta-voz das forças israelenses, Daniel Hagari, publicou um vídeo na rede social X para anunciar o fim da operação. "Se o regime iraniano cometer o erro de começar uma nova rodada de ataques, seremos obrigados a responder. Nossa mensagem é clara: todos aqueles que ameaçarem o Estado de Israel e levarem a região a uma escalada maior, pagarão um preço alto", afirma na gravação.

Já o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, indicou que o país tem "o direito e o dever de se defender de atos de agressões estrangeiras". Como argumento, o diplomata citou o artigo 51 da Carta das Nações Unidas sobre legítima defesa.

Série de explosões

Uma série de explosões foram ouvidas nos arredores da capital iraniana a partir das 2h15 no horário local, segundo veículos estatais e jornalistas. A TV iraniana informou que foram registradas ao menos seis explosões na capital, atribuídas por fontes da segurança "à atividade do sistema de defesa aérea". Horas depois, jornalistas relataram novas explosões em Teerã, acompanhadas de rastros de luz.

Segundo o Exército iraniano, os ataques israelenses visaram áreas militares nas províncias de Teerã, Khuzestan, no sudoeste e de Ilam, no oeste. Moradores da capital iraniana afirmam ter acordado no meio da noite com o barulho das explosões.

"Foi um barulho terrível e assustador", afirma Hooman, operário de 42 anos. "Agora que há uma guerra no Médio Oriente, temos medo que ela chegue ao Irã", reiterou. O Irã anunciou ter fechado seu espaço aéreo por alguns momentos durante a madrugada. Nesta manhã, a Organização de Aviação Civil do país indicou que aviões voltaram a circular.

Enxurrada de reações internacionais

Chefes de Estado e de governo de todo o mundo reagem aos bombardeios israelenses. Os Estados Unidos afirmaram que os ataques são "manobras de autodefesa em resposta aos bombardeios iranianos de 1° de outubro".

Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, fez um apelo para Teerã não responder e evitar uma escalada regional. Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da França pediu que todos se abstenham "de ações que possam agravar o contexto de tensão extrema.

A Arábia Saudita condenou o ataque israelense, alertando também para o perigo da extensão do conflito em todo o Oriente Médio. Outros países árabes, como os Emirados Árabes Unidos, o Iraque e o Paquistão, temem as consequências perigosas para a segurança e a estabilidade da região.

Represálias aos bombardeios de 1° de outubro

Os bombardeios israelenses se somam a um contexto de alta tensão no Oriente Médio, depois de mais de um ano de conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, uma guerra que se estendeu para o Líbano, contra o Hezbollah.

Os dois movimentos islamistas se opõem a Israel e tem apoio financeiro e militar do Irã, que fez do suporte à causa palestina um dos pilares de sua política externa desde a instauração da República Islâmica em 1979.

Teerã apresentou os disparos de 1º de outubro como uma resposta aos bombardeios israelenses contra o Líbano que, no final de setembro, causaram as mortes de um general iraniano e do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah. O regime iraniano também justificou a operação como uma represália ao assassinato em solo iraniano do então líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho. A ação foi atribuída a Israel.

(Com informações da AFP)

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