Instalações da Unifil sofreram danos causados por projéteis e foguetes de origem desconhecida; a força de pacificação apelou por uma solução política e diplomática e disse que que permanece no local pronta para apoiar esta via de resolução.
ONU News
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano, Unifil, informou que continua monitorando e relatando ao Conselho de Segurança sobre a “escalada dramática da violência” nas últimas semanas na região.
Embora a Unifil tenha tomado medidas de proteção de suas forças de paz, a situação de segurança é considerada “extremamente desafiadora”.
Danos causados à missão da ONU
Na manhã desta quarta-feira, duas equipes de evacuação médica reunidas na localidade de Yarin foram alvo de disparos que atingiram um veículo.Na noite do mesmo dia, um projétil de origem desconhecida atingiu uma unidade médica em outra localidade, a de Beit Leif, danificando prédios. Outros ataques atingiram alojamentos de soldados de paz. Segundo a Unifil, ninguém ficou ferido.
Solução política e diplomática
Desde o início do mês, os integrantes da Unifil observaram confrontos em pelo menos outras 12 localidades. A nota ressalta que todos as partes em conflito têm a obrigação de “evitar ações que coloquem as forças de paz ou civis em perigo”.A Missão da ONU lembra que as diferenças devem ser resolvidas em negociações, “por meio de uma solução política e diplomática não por meio da violência”.
A missão adicionou que permanece no local pronta para apoiar esta via de resolução.
Reabertura de clínica no sul do Líbano
De acordo com a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, a escalada no Líbano está tendo impactos trágicos sobre os civis.Em meio à escassez de serviços essenciais, a agência conseguiu, depois de quase três semanas, reabrir uma clínica de cuidados de saúde primários no campo de Buss, no sul do país.
A clínica também promoveu vacinação de crianças e entrega de medicamentos.
Rota de fuga “intransitável”
O coordenador residente da ONU para a Síria emitiu uma nota sobre o ataque à principal rota de passagem de fronteira entre o Líbano e a Síria, na terça-feira.Adam Abdelmoula afirmou que a destruição “tornou esta rota vital intransitável”.
Segundo ele, além de bloquear o fluxo de ajuda humanitária, este último ataque está forçando os pais a carregarem os seus filhos e pertences em meio a estradas destruídas.
O representante da ONU afirmou que é “inaceitável” que este local tão importante para a salvação de milhares de civis, incluindo mulheres e crianças, tenha sido atingido duas vezes em menos de três semanas.
Obrigação legal e moral
Também ocorreram ataques aéreos perto de outras passagens de fronteira entre Israel e Líbano, fazendo com que as pessoas busquem rotas alternativas, que podem demorar mais tempo e ser mais perigosas.Abdelmoula apelou pelo fim imediato de tais ataques.
De acordo com o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, a situação no Líbano deteriorou-se gravemente, com o flagrante desrespeito ao direito internacional humanitário.
A agência enfatizou que a proteção de civis e trabalhadores humanitários não é opcional, é uma obrigação legal e moral.