O comitê disciplinar da Fifa receberá um pedido para investigar acusações de discriminação feitas pela Associação Palestina de Futebol (APF) após ela ter apresentado, em maio, uma proposta de suspensão de Israel, afirmou nesta quinta-feira a entidade que rege o futebol mundial.
Por Julien Pretot e Rohith Nair | Reuters
PARIS - A APF propôs a suspensão de Israel pela guerra em Gaza, acusando a Associação Israelense de Futebol (AIF) de cumplicidade quanto a violações do direito internacional por parte do governo local, além de realizar discriminação contra jogadores árabes e a inclusão, em sua liga, de clubes localizados em território palestino.
Logotipo da Fifa perto da sede da entidade em Zurique 27/02/2022 REUTERS/Arnd Wiegmann |
A AIF negou as acusações. A Fifa solicitou uma avaliação legal do caso.
"O Comitê Disciplinar da Fifa será solicitado para iniciar uma investigação sobre a suposta ofensa de discriminação levantada pela Associação Palestina de Futebol", disse ó órgão em comunicado.
A participação de clubes israelenses que estariam sediados em territórios palestinos nas competições de Israel também será investigada.
"O Comitê de Governança, Auditoria e Conformidade da Fifa terá a missão de investigar a participação em competições israelenses de times de futebol de Israel supostamente sediados no território da Palestina", afirmou a entidade.
A Reuters pediu para que a federação palestina comentasse sobre o caso.
"Recebemos com satisfação a decisão do Conselho da Fifa de encaminhar este caso aos órgãos judiciais competentes", disse o organismo, por meio de comunicado. “É um passo na direção certa, com base em medidas processuais e apropriadas, para avaliar as graves violações dos objetivos estatutários da Fifa, dos direitos humanos e dos direitos de suas associações-membro.”
Um grupo de especialistas em direitos humanos escolhidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que pelo menos oito clubes de futebol estariam jogando em assentamentos israelenses da Cisjordânia.
A associação palestina disse que pelo menos 92 jogadores palestinos não profissionais foram mortos na guerra até agora, e que a infraestrutura do futebol foi destruída, com suas ligas suspensas e a seleção nacional obrigada a jogar as eliminatórias da Copa do Mundo no exterior.
O governo judeu já declarou, diversas vezes, por vários de seus representantes, que a Palestina não existe. Por isso, acham natural que times na Cisjordânia façam parte da federação israelense de futebol.
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