Acompanho esta aeronave de transporte militar desde o seu lançamento e, embora goste dela de uma forma mais difícil de descrever, além de suas capacidades técnicas, não achamos que será um grande sucesso na exportação, embora a empresa fabricante – Embraer seja séria e com uma reputação impecável no nível da aviação civil.
George GMT | Romania Military
No nicho civil, sua principal atividade, a empresa brasileira vem com duas variantes de aeronaves de transporte de passageiros e três variantes de jatos executivos.
Embraer KC-390 |
No nível de caças, a Embraer tem muita experiência como fabricante do conhecido e muito apreciado avião de combate insurgente EMB 314 Super Tucano. Os brasileiros também produzem aeronaves para comando e controle (AEW&C) – Embraer E 99, vigilância marítima – Embraer P 99, e há vários anos a empresa está envolvida no programa para equipar o Brasil com o Gripen E/F. Cabe ressaltar que a variante Gripen F (encomenda dupla) será fabricada apenas no Brasil.
E de volta ao novo C-390 Millennium. É baseado em um avião projetado desde o início. Essencialmente, o alvo dos brasileiros são os clientes do C-130, porque a aeronave brasileira é superior ao C 130J Super Hercules, mas inferior ao Airbus A 400M.
A capacidade máxima de transporte é de 26 toneladas, em comparação com 20 no caso do C 130 e a Embraer também possui confiabilidade excepcional, a porcentagem pronta para voar em nível de frota, em todo o mundo, está entre 93 e 99%, o que é bastante notável.
O sucesso de vendas também superou as expectativas, uma vez que a Embraer não tem muita influência política por trás dela e não pode oferecer esquemas de ajuda financeira, sendo deste ponto de vista o C-390 provavelmente uma das aeronaves militares mais honestas do mundo.
E ainda assim vende bem. Na Europa, Portugal assinou cinco aviões, possivelmente seis, a Hungria comprou duas peças, a República Checa também duas, os Países Baixos cinco aviões, a Áustria quatro aviões. A Coreia do Sul é adicionada à lista de países europeus com três aeronaves encomendadas e, claro, o Brasil com 19 unidades.
Por enquanto, o brasileiro C-390 está longe dos números da competição, mas ao mesmo tempo também é o membro mais jovem do clube e vale ressaltar que quem o comprou o escolheu porque realmente achou que era a melhor oferta. O Brasil não pode pressionar ou fazer lobby na União Europeia ou na porta dos americanos, em Seul, para que possamos ter certeza de que o dispositivo é vendido por suas reais qualidades.
Por outro lado é um avião bonito, muito potente para um com dois motores, diz-se que a manutenção seria significativamente mais barata do que no caso do C 130J e no geral parece que os brasileiros encontraram um bom nicho para eles.
Uma aeronave que seria superior ao C-130J, mas que não entraria no mercado do C-17 Globemaster III (embora não seja mais fabricado) ou no Airbus A 400M, sendo obviamente superior na classe do Spartan C 27J, ou do Airbus C-295.
Então, pelo menos para mim, o Embraer C-390 Millennium é um pequeno milagre, um sucesso da empresa brasileira que teve a coragem de entrar em um mercado (o de armamentos) dominado por gigantes com muito poder político por trás deles.
Ele se arriscou e, pelo menos por enquanto, tem ordens.