A Coreia do Norte acusou a Coreia do Sul nesta sexta-feira de enviar drones para espalhar um "grande número" de panfletos anti-Norte sobre sua capital, Pyongyang, no que chamou de provocação política e militar que pode levar a um conflito armado.
Por Hyunsu Yim e Ju-min Park| Reuters
SEUL - O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que não poderia confirmar as acusações do Norte, mas também se referiu em seu comunicado à prática de Pyongyang de enviar balões para o espaço aéreo sul-coreano com sacos de lixo anexados.
Uma visão geral da cidade de Pyongyang antes do 70º aniversário da fundação da Coreia do Norte, 7 de setembro de 2018. REUTERS/Danish Siddiqui/File Photo |
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que os drones sobrevoaram Pyongyang à noite nesta semana e na semana passada e que a intrusão exigiu uma ação retaliatória, informou a agência de notícias estatal KCNA.
"A Coreia do Sul deve parar imediatamente com essa provocação irresponsável e perigosa que pode causar um conflito armado e levar a uma guerra entre os dois lados", disse o ministério.
Em seu comunicado, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que "não pode confirmar a verdade das alegações da Coreia do Norte", acrescentando: "Toda a responsabilidade pela recente série de eventos" é de Pyongyang.
Ele citou "atos desprezíveis, de baixo grau e internacionalmente embaraçosos de sujeira e balões de lixo e outras provocações". Mais balões estavam sendo enviados na sexta-feira, disse.
A Coreia do Norte tem flutuado milhares de balões com lixo preso no Sul desde maio, exacerbando as tensões entre os dois países.
Pyongyang diz que eles são uma resposta a alguns ativistas e desertores norte-coreanos na Coreia do Sul que lançam balões para o Norte carregando pacotes de ajuda e panfletos criticando o líder Kim Jong Un.
IMAGENS BORRADAS
A KCNA distribuiu fotos, incluindo aquelas que mostram um objeto triangular borrado rotulado como um "drone" soltando outro objeto rotulado como "pacote de folhetos". Uma imagem também mostrou uma nuvem de pequenos objetos rotulados como "folhetos espalhados".
Outra foto mostrava panfletos em preto, amarelo e branco comparando a situação econômica do Sul com a do Norte empobrecido e criticando o líder norte-coreano Kim Jong Un pelo nome.
A agência de notícias sul-coreana Yonhap citou um funcionário do Estado-Maior Conjunto dizendo que precisa investigar se um grupo privado enviou panfletos para o Norte.
Em dezembro, cinco drones norte-coreanos cruzaram a Coreia do Sul, levando Seul a enviar caças e helicópteros de ataque e tentar derrubá-los, na primeira intrusão desse tipo desde 2017.
As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra depois que a guerra de 1950-53 terminou em um armistício, não em um tratado de paz, e o Norte há muito denuncia os desertores como "escória humana".
Não haverá mais avisos e o Norte tomará medidas imediatas no caso de outro drone ser enviado pelo Sul para seu território, disse o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte.