O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que a China se comprometeu a indicar a forma de ajuda no combate ao terrorismo, assinalando que este desafio "é coletivo" e impõe a mobilização de todo o tipo de apoio.
Lusa
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que a China se comprometeu a indicar a forma de ajuda no combate ao terrorismo, assinalando que este desafio "é coletivo" e impõe a mobilização de todo o tipo de apoio.
Filipe Nyusi e Xi Jinping © picture alliance / Newscom |
"Eles vão dizer exatamente como é que vão fazer" em termos de ajuda na luta contra os grupos armados que operam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, afirmou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava em conferência de imprensa, em Pequim, no quadro da visita de seis dias que realiza à República Popular da China.
"Nós ficamos satisfeitos por ouvir também que eles vão continuar a fazer assistência militar, sobretudo, a defesa comum, como o combate ao terrorismo", avançou o chefe de Estado.
Aquele país asiático, prosseguiu o chefe de Estado, já adiantou que pretende ajudar Moçambique na proteção costeira, visando o combate aos vários tipos de criminalidade que acontecem no mar, como o tráfico de droga.
"Foram mais profundos [no compromisso com a cooperação], quando disseram que vão treinar mais militares (…). Não é mau ir para qualquer país [pedir apoio militar], porque [a luta contra o terrorismo] é um combate coletivo", frisou.
Nyusi reuniu-se com Xi Jinping
No âmbito da visita de seis dias àquele país asiático, o chefe de Estado moçambicano participa no 9.º Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, na sigla em inglês), que arrancou na quarta-feira (04.09), em Pequim, "uma plataforma para um diálogo” entre a China, a Comissão da União Africana e "com os 53 países africanos que mantêm relações diplomáticas com a China", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.Na visita, Nyusi manteve encontros com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, além de membros do Comité Permanente do Partido Comunista Chinês.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que também apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Desde o início de agosto, diferentes fontes no terreno, incluindo a força local, têm relatado confrontos intensos nas matas do posto administrativo de Mucojo (Macomia), envolvendo helicópteros, blindados e homens fortemente armados, com relatos de tiroteios em locais considerados como esconderijos destes grupos.