Em sua primeira declaração desde o assassinato do secretário-geral Hezbollah, primeiro-ministro israelense diz que o episodio é um "ponto de virada" para mudar o equilíbrio de poder no Oriente Médio.
Sputnik
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou na noite deste sábado (28) que o secretário-geral do movimento libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, assassinado por forças israelenses, era "o motor central do eixo do mal do Irã" e sua morte representa "um ponto de virada histórico" para Israel.
A declaração é o primeiro posicionamento de Netanyahu desde que Nasrallah foi morto em um bombardeio israelense em Beirute na sexta-feira (27), e foi dada em um discurso televisionado pela mídia israelense, logo após Netanyahu retornar dos EUA, onde participou da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
"Aquele que se levanta para matá-lo, levante-se e mate-o primeiro. O Estado de Israel eliminou o arqui-terrorista Hassan Nasrallah. Nós acertamos as contas com o homem responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outras nações, incluindo centenas de americanos. Nasrallah não era apenas mais um terrorista. Ele era o terrorista", disse Netanyahu.
"Aquele que se levanta para matá-lo, levante-se e mate-o primeiro. O Estado de Israel eliminou o arqui-terrorista Hassan Nasrallah. Nós acertamos as contas com o homem responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outras nações, incluindo centenas de americanos. Nasrallah não era apenas mais um terrorista. Ele era o terrorista", disse Netanyahu.
"Ele era o núcleo, o motor central do eixo do mal do Irã. Ele e seu povo eram os arquitetos do plano para destruir Israel. Ele não era operado apenas pelo Irã; muitas vezes, ele próprio operava o Irã. É por isso que, no começo da semana, cheguei à conclusão de que os golpes poderosos que as FDI [Forças de Defesa de Israel] desferiram ao Hezbollah nos últimos dias não foram suficientes", acrescentou.
O primeiro-ministro israelense afirmou que "eliminar Nasrallah era uma condição necessária para atingir os objetivos" de Israel, que ele afirmou serem "devolver os moradores do Norte em segurança às suas casas e mudar o equilíbrio de poder no Oriente Médio nos próximos anos".
"Enquanto Nasrallah estivesse vivo, ele teria rapidamente reconstruído as capacidades que tínhamos tirado do Hezbollah. E então, eu dei a ordem. Nasrallah não está mais conosco", disse Netanyahu.
O assassinato de Nasrallah foi confirmado pelo Hezbollah na manhã deste sábado. Pouco depois, o grupo palestino Hamas divulgou uma nota, obtida pela Sputnik, na qual expressou apoio ao Hezbollah e à sua resistência no enfrentamento do "inimigo sionista" e anunciou uma frente unida com o grupo libanês.
"Nós, o movimento Hamas, diante deste crime e massacre sionista, devemos renovar nossa solidariedade absoluta e nos unir aos nossos irmãos do Hezbollah e da resistência islâmica no Líbano, que estão participando com nosso povo da operação Dilúvio de Al-Aqsa [um ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023] em defesa da mesquita de Al-Aqsa e dos direitos legítimos do nosso povo e sua aspiração por liberdade, independência e autodeterminação", disse o Hamas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, celebrou a morte de Nasrallah como "uma medida de justiça", enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou em "fortes termos" o assassinato e alertou que o crime pode ter graves consequências para o Líbano e todo o Oriente Médio.
"Condenamos veementemente o novo assassinato político cometido por Israel. Esta ação enérgica pode ter consequências dramáticas ainda maiores para o Líbano e todo o Oriente Médio. O lado israelense estava consciente deste perigo, mas tomou outra medida semelhante: matou cidadãos libaneses, o que o que provocará quase inevitavelmente um novo aumento da violência", disse o órgão.