O chefe do Exército diz que Israel tem "muitos outros objetivos" a cumprir no conflito em curso.
Por Seb Starcevic | Politico
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que sua guerra na região está entrando em uma "nova fase", horas depois de anunciar que as tropas israelenses seriam transferidas para o norte do país e uma segunda onda de explosões abalou o Líbano.
"Em uma conversa com o pessoal da Força Aérea na base de Ramat David, enfatizei: estamos abrindo uma nova fase na guerra", disse Yoav Gallant. Imagens de Andrew Harnik / Getty |
"Em uma conversa com o pessoal da Força Aérea na base de Ramat David, enfatizei: estamos abrindo uma nova fase na guerra", disse Gallant na quarta-feira em um comunicado nas redes sociais.
"O centro de gravidade está se deslocando para o norte por meio do desvio de forças e recursos", acrescentou. O norte de Israel faz fronteira com o Líbano, lar do movimento Hezbollah, com quem Israel trocou foguetes quase diariamente no ano passado.
Esta semana, pagers e walkie-talkies, alguns deles pertencentes a membros do Hezbollah, explodiram em um ataque sofisticado e coordenado remotamente, matando mais de uma dúzia de pessoas, incluindo crianças, e ferindo milhares.
A Cruz Vermelha Libanesa disse que estava respondendo a "múltiplas explosões em diferentes áreas" e permaneceu em alerta máximo.
O Hezbollah culpou Israel pelo derramamento de sangue, que foi amplamente condenado, inclusive pelo principal diplomata da UE, Josep Borrell, e pelo secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres.
O primeiro-ministro libanês descreveu os ataques como uma "grave violação da soberania libanesa e um crime por todos os padrões".
O embaixador esloveno na ONU, Samuel Žbogar, que atualmente preside o Conselho de Segurança de 15 membros, disse que o órgão se reunirá na sexta-feira para discutir as explosões de pager.
A nova rodada de violência aumentou as tensões já altas entre Israel e o Hezbollah e levantou temores de um conflito regional mais amplo.
"Temos muitas capacidades que ainda não ativamos", disse o chefe do exército israelense, tenente-general Herzi Halevi, depois de aprovar novos planos operacionais no Comando Norte de Israel na quarta-feira.
"Estamos há quase um ano na guerra em Gaza", disse ele, acrescentando que, embora Israel tenha dois objetivos principais - desmantelar o Hamas e devolver os reféns - "há muitos mais".
"O preço para o Hezbollah tem que ser alto", acrescentou Halevi.