O Conselho de Supervisão do grupo Meta determinou nesta quarta-feira (4) que a citação isolada da frase "Do rio ao mar", um slogan frequentemente utilizado por usuários pró-palestinos nas redes sociais, não viola as políticas de conteúdo da empresa.
France Presse
Este conselho é a máxima autoridade nas decisões de moderação de conteúdo do grupo ao qual pertencem Facebook e Instagram.
A frase “Do rio ao mar, a Palestina será livre” tem sido usada por muitos como um grito de apoio aos palestinos desde o início da guerra em Gaza. © Tobias SCHWARZ |
O órgão revisou três casos que envolviam publicações no Facebook contendo a controversa frase, que ganhou notoriedade por seu uso nos protestos mundiais contra a guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas.
A frase "Do rio ao mar, a Palestina será livre" tem sido usada em apoio aos palestinos desde o início da guerra em Gaza. O governo de Israel acusa de antissemitismo aqueles que a utilizam.
Para o Conselho da Meta, a frase não infringe as normas de conteúdo do grupo sobre discursos de incitação ao ódio e à violência, ou sobre organizações e indivíduos perigosos, e não deve levar à remoção de publicações em suas plataformas.
"Confirmando a decisão da Meta de manter o conteúdo, a maioria do Conselho afirma que a frase tem múltiplos significados e que as pessoas a utilizam de várias maneiras e com diferentes intenções", alegou o órgão.
"Especificamente, os três conteúdos apresentam sinais contextuais de solidariedade com os palestinos, mas não há uma linguagem que incite à violência ou à exclusão", acrescentou.
A frase "Do rio ao mar, a Palestina será livre" refere-se à zona geográfica entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, que abrange, entre outros, Israel e os territórios palestinos da Cisjordânia e Gaza.
O lema é frequentemente utilizado em apoio aos palestinos como um chamado à autodeterminação e à igualdade de direitos, ou para defender a proposta de um Estado único como solução para o conflito entre israelenses e palestinos, que seriam cidadãs de um mesmo país.
No entanto, muitos israelenses e judeus interpretam a frase como um chamado à eliminação violenta de Israel.