O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, em visita ao Cairo, pediu nesta quarta-feira (18) a Israel e Hamas que demonstrem "vontade política" de alcançar um acordo por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
France Presse
Blinken assegurou que o acordo é a única maneira de evitar uma conflagração regional, um dia depois que centenas de dispositivos de mensagens 'pagers' utilizados pelo movimento pró-iraniano Hezbollah explodiram no Líbano, deixando 12 mortos e cerca de 2.800 feridos.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante uma coletiva de imprensa no Cairo, em 18 de setembro de 2024© EVELYN HOCKSTEIN |
"Um cessar-fogo é a melhor oportunidade para enfrentar a crise humanitária em Gaza e os riscos para a estabilidade regional", disse Blinken em uma coletiva de imprensa ao lado de seu homólogo egípcio, Badr Abdelatty.
O chefe da diplomacia americana reiterou que os Estados Unidos não estavam "envolvidos" e nem "a par" antecipadamente da explosão dos dispositivos.
"Fomos muito claros, e continuamos sendo, sobre a importância de que todas as partes evitem medidas que possam provocar uma nova escalada do conflito que estamos tentando resolver em Gaza", indicou.
Os Estados Unidos atuam como mediadores, juntamente com Egito e Catar, em busca de um acordo de cessar-fogo que também contemple a libertação dos reféns sequestrados no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
"Como vemos as coisas neste momento, para alcançar o objetivo, o que falta é uma vontade política clara" de ambas as partes, disse Blinken.
No dia 7 de outubro de 2023, um ataque de milicianos islamistas do Hamas ao sul de Israel deixou 1.205 mortos, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 ainda permanecem em cativeiro em Gaza, embora 33 deles tenham sido declarados mortos pelo Exército israelense.
Os bombardeios e operações terrestres israelenses destruíram a Faixa de Gaza e provocaram as mortes de pelo menos 41.252 palestinos, em sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas, os quais a ONU considera confiáveis.