Autoridade russa relata avanço rápido na Ucrânia e descarta negociações por enquanto

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A Rússia disse nesta terça-feira que suas forças avançaram 1.000 quilômetros quadrados no leste da Ucrânia em agosto e setembro, apesar de uma incursão ucraniana no oeste da Rússia, o que descartou qualquer possibilidade de negociação de cessar-fogo com Kiev.


Reuters

MOSCOU - Desde que a Rússia enviou forças blindadas para a Ucrânia, em fevereiro de 2022 a guerra tem sido, em grande parte, uma história de artilharia e ataques de drones ao longo de um fronte fortemente fortificado de 1.000 quilômetros, envolvendo centenas de milhares de soldados.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu | Sputnik/Sergei Fadeichev/Pool via REUTERS

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, disse que a incursão ucraniana na região russa de Kursk, em 6 de agosto, teve como objetivo melhorar a posição de negociação de Kiev e desviar as forças russas do fronte de Donbas, no leste da Ucrânia.

Mas Shoigu disse que as forças russas estavam aumentando o ritmo de sua ofensiva em Donbas, capturando quase 1.000 quilômetros quadrados em agosto e nos primeiros oito dias de setembro.

Dados de fonte aberta e relatórios de campo de batalha indicam que as forças russas em Donbas avançaram em agosto em seu ritmo mais rápido em cerca de dois anos, embora a Ucrânia também tenha tomado uma parte da região de Kursk.

Shoigu, que está no centro da formulação de políticas do Kremlin no Conselho de Segurança, disse na televisão estatal que, enquanto as forças ucranianas estiverem em solo russo, não haveria conversas com Kiev, e essa era a posição do presidente Vladimir Putin.

As forças russas, que tomaram cerca de um quinto da Ucrânia desde a invasão em fevereiro de 2022, estão avançando no leste da Ucrânia em uma tentativa de tomar toda a região de Donbas.

A Rússia disse no último domingo que suas forças assumiram o controle total de uma cidade no leste da Ucrânia, com as forças de Moscou avançando sobre a cidade estrategicamente importante de Pokrovsk e buscando perfurar as linhas de frente defensivas ucranianas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a operação em Kursk também foi para impedir que forças russas cruzassem a fronteira na direção oposta.

Putin ordenou a entrada de dezenas de milhares de tropas na Ucrânia em fevereiro de 2022, no que ele chama de "operação militar especial" contra as ameaças à segurança de Kiev, apoiada pelo Ocidente. A Ucrânia negou essas acusações e prometeu expulsar todas as forças russas.

As agências de notícias russas citaram o Ministério da Defesa dizendo que as forças de Moscou haviam tomado mais quatro vilarejos no leste da Ucrânia. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os relatórios do campo de batalha de ambos os lados.

Na segunda-feira, a Rússia disse que suas forças haviam tomado o vilarejo de Memryk, cerca de 24 quilômetros a sudeste de Pokrovsk. Zelenskiy disse que as forças de Kiev estavam se segurando no leste.

A Ucrânia também atacou a região de Moscou nesta terça-feira, em seu maior ataque de drones até agora contra a capital russa.

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