Segundo Kiev, militares ucranianos estabeleceram administração temporária em Kursk, região russa invadida há uma semana. Ministério da Defesa da Rússia disse que, nesta quinta-feira (15), suas forças abateram drones ucranianos e que bombardeiros Sukhoi-34 atacaram posições ucranianas em Kursk.
Por g1
Uma semana após uma ofensiva surpresa que pode mudar os rumos da guerra na Ucrânia, o governo ucraniano anunciou nesta nesta quinta-feira (15) ter estabelecido uma "administração militar" na região russa de Kursk, que a Ucrânia invadiu na semana passada.
Militares ucranianos arrancam bandeira russa de prédio oficial em Kursk, no sudoeste da Rússia, em 14 de agosto de 2024. — Foto: Reprodução/ g1 |
O governo temporário foi estabelecido para "manter a lei" e "atender à população" local, segundo o comandante do Exército ucraniano, Oleksandr Syrsky.
"Criamos uma administração militar para manter a lei e a ordem e atender às necessidades prioritárias da população nos territórios controlados", afirmou Syrsky.
A administração, segundo o comandante, ficará responsável por demandas diárias e logísticas do Exército e por garantira a segurança da área.
Também nesta quinta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que suas tropas tomaram o controle total de Sudhza. A cidade, em Kursk, é a mesma onde soldados ucranianos retiraram, na quarta-feira (14), bandeiras russas de prédios oficiais.
A Rússia começou a retirar milhares de pessoas de suas regiões fronteiriças nesta quinta-feira (15), depois que a Ucrânia disse que estava avançando mais profundamente no país em uma incursão relâmpago com o objetivo de forçar Moscou a desacelerar seu avanço no restante do front.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças abateram drones ucranianos sobre a região vizinha de Belgorod e que bombardeiros Sukhoi-34 atacaram posições ucranianas em Kursk. Também relatou intensas batalhas ao longo do front ucraniano e disse que suas tropas haviam tomado posições melhores em vários pontos.
O maior ataque estrangeiro em território russo soberano desde a Segunda Guerra Mundial começou no dia 6 de agosto, quando milhares de soldados ucranianos invadiram a fronteira ocidental da Rússia.
Com o apoio de drones, artilharia pesada e tanques, as unidades ucranianas, desde então, já avançaram cerca de 18 km dentro do território russo.
O governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, disse que o distrito de Glushkov, que tem uma população de 20 mil habitantes, estava sendo esvaziado. Até o momento, pelo menos 200 mil pessoas foram retiradas das regiões fronteiriças, de acordo com dados russos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse nesta quarta-feira que o objetivo da incursão é reabastecer um "fundo de troca" de prisioneiros de guerra.
Uma autoridade ucraniana afirmou que Kiev está criando uma zona de segurança para proteger sua população contra ataques.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 2022, vem avançando durante a maior parte do ano ao longo do front de 1.000 km na Ucrânia e tem uma grande superioridade numérica. Ela controla 18% do território vizinho.
A incursão ucraniana na Rússia produziu seus maiores ganhos no campo de batalha desde 2022.
O Ocidente, que apoia a Ucrânia e disse que não permitirá que o presidente Vladimir Putin vença a guerra, afirmou repetidamente que não sabia nada sobre os planos ucranianos de atacar a Rússia. As autoridades russas dizem que não acreditam em tais declarações.