O serviço diplomático da União Europeia pediu aos Estados-membros que adaptem melhor uma missão de treinamento militar para a Ucrânia às necessidades de Kiev, mas não chegou a recomendar que o bloco envie instrutores militares ao país devastado pela guerra, informou o semanário alemão Welt am Sonntag neste sábado.
Sabine Siebold | Reuters
BERLIM - A missão EUMAM, lançada em novembro de 2022, treinou cerca de 60.000 soldados ucranianos, principalmente na Polônia e na Alemanha, e deve ser prorrogada por mais dois anos assim que o mandato atual terminar em meados de novembro.
"É imperativo treinar soldados da AFU (Ucrânia) no mesmo equipamento que eles usarão mais tarde em combate", disse o relatório citando uma revisão da missão pelo serviço diplomático da UE, acrescentando que os ministros da Defesa da UE discutiriam o assunto na próxima semana.
A UE não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a revisão, que também foi vista pela Reuters.
Afirmou que a escassez de equipamento de estilo soviético era um dos desafios da formação atual na UE.
Kiev pediu à UE em maio que realizasse algum treinamento em solo ucraniano, mas os Estados-membros estão divididos com céticos alertando que o bloco poderia ser arrastado para A guerra, abre uma nova guia e levantando dúvidas sobre a capacidade de Kiev de proteger os locais de treinamento contra ataques russos, dada sua grave escassez de defesas aéreas.
A revisão da UE disse que o pedido de Kiev poderia ser atendido abrindo a possibilidade de enviar alguns instrutores da EUMAM para instalações de treinamento ucranianas, "de forma discreta", longe do campo de batalha e possivelmente na parte ocidental do país, embora não tenha recomendado que eles sejam enviados.
"É altamente provável que uma presença militar da UE em solo ucraniano seja percebida pela Rússia como uma provocação", disse a revisão.
"O fato de a Rússia poder alcançar todos os locais da Ucrânia com seus ativos balísticos e UAV (drones) contribui para o mais alto nível de ameaça para o pessoal militar destacado da UE."
A revisão levantou a necessidade de poder evacuar as tropas da UE em caso de emergência e o esforço logístico envolvido em oferecer aos instrutores moradias fortificadas e locais de treinamento, ao mesmo tempo em que disse que algumas medidas de proteção, como contra ameaças aéreas de longo alcance, não eram alcançáveis.
"Caso as condições políticas e operacionais necessárias sejam atendidas, o envio de militares da UE em solo ucraniano é viável", concluiu o documento, acrescentando que uma análise mais aprofundada seria necessária para avaliar completamente os riscos e vantagens.
No entanto, a revisão recomendou que a UE estabelecesse uma célula de coordenação em Kiev e explorasse as possibilidades de realizar treinamento mais perto das fronteiras da Ucrânia, ao mesmo tempo em que treinava mais instrutores ucranianos.