PANAMAX-2024 ocorreu entre 5 e 14 de agosto nos Estados Unidos
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Stilben | Agência Marinha de Notícias
Você já imaginou se, de repente, surgissem crises internas em países da América Central, resultando em ataques às linhas de comunicação marítimas? E, ainda mais grave, se houvesse uma tentativa de interromper o funcionamento do Canal do Panamá, uma travessia crucial para o comércio marítimo internacional, com mais de 70 quilômetros de extensão?
Você já imaginou se, de repente, surgissem crises internas em países da América Central, resultando em ataques às linhas de comunicação marítimas? E, ainda mais grave, se houvesse uma tentativa de interromper o funcionamento do Canal do Panamá, uma travessia crucial para o comércio marítimo internacional, com mais de 70 quilômetros de extensão?
Em tais cenários, o preparo militar brasileiro é essencial para prevenir ameaças, dissuadir inimigos e auxiliar na restauração da ordem na região. É por isso que a Marinha do Brasil (MB) e várias nações americanas participaram do exercício multinacional PANAMAX-2024, realizado de 5 a 14 de agosto na sede da 4ª Frota da Marinha dos Estados Unidos (U.S. 4th Fleet), em Mayport, Flórida.
Durante o exercício, o Comandante da 2ª Divisão da Esquadra (ComDiv-2), Contra-Almirante Jorge Jose de Moraes Rulff, atuou como Comandante do Componente Marítimo da Força Combinada (CFMCC), coordenando esforços com militares de diversas Marinhas da América do Sul, América Central e Estados Unidos. Tal função permitiu compreender a estrutura organizacional de um Centro de Operações Marítimas (MOC) e estreitar os laços entre as nações participantes.
“Foram 16 países envolvidos em um grande exercício que testou nossa capacidade de resposta conjunta a uma crise fictícia, na qual realizamos operações simuladas de interdição marítima, operações anfíbias, cibernéticas, entre outras. Essa crise fictícia gerou grande sofrimento à população dos países da América Central e ameaçou a segurança da navegação pelo Canal do Panamá. Além de adquirir um valioso conhecimento técnico e operacional, o exercício desempenhou um papel crucial no fortalecimento dos laços de cooperação e amizade entre as Forças Armadas dos países participantes,” explicou o Almirante Rulff.
Ademais, a General Laura J. Richardson, Comandante do USSouthCom, visitou as instalações que simulavam a estrutura de um Centro de Operações Marítimas (MOC) no CFMCC, destacando a colaboração entre os países participantes em termos de doutrina militar e expertise operacional.
Sobre o exercício
A PANAMAX-2024 é conduzida pelo U.S. Southern Command (USSouthCom) que simula operações de estabilidade sob a égide de resoluções do Conselho de Segurança da ONU, garantindo a proteção do Canal do Panamá e o respeito à soberania nacional. Este exercício proporciona treinamento de interoperabilidade para as equipes multinacionais participantes, reforçando a capacidade de planejar e executar operações complexas em conjunto.
Desde sua inauguração em 1914, o Canal do Panamá tem sido um ponto crucial para o comércio global, permitindo a passagem rápida entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Em um cenário onde sua neutralidade e livre trânsito estão ameaçados, a relevância do exercício PANAMAX, criado em 2003, se torna ainda mais evidente. O exercício tem evoluído para incluir respostas a ameaças complexas, garantindo não apenas a segurança do canal, mas também a estabilidade regional, destacando o Brasil como um parceiro estratégico na manutenção da ordem global.