No que representa um novo marco para a Indústria de Defesa do Brasil, nos primeiros sete meses deste ano, o complexo atingiu exportações que totalizaram 1.400 milhões de dólares, superando o faturamento total registrado em 2023, número que chegou a 1.450 milhões.
Zona Militar
Entre seus produtos exportados estão a aeronave de transporte Embraer KC-390 e a aeronave de ataque A-29 Super Tucano, que continuam a expandir seu horizonte de clientes. Só este ano, foram arrecadados cerca de 500 milhões de dólares das exportações, sendo os Estados Unidos, Dinamarca, Hungria e Portugal os principais importadores, com investimentos de mais de 100 milhões de dólares cada.
Nesse sentido, a Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), órgão responsável pela promoção de material de defesa fabricado localmente, está trabalhando para inserir as empresas brasileiras no mercado internacional. A atividade é realizada por meio de promoção comercial, coordenação de reuniões entre indústrias de defesa, visitas técnicas à Base Industrial de Defesa (BID), reuniões bilaterais e participação em feiras nacionais e internacionais.
Nesse sentido, o secretário da Seprod, Heraldo Luiz Rodrigues, referiu-se ao aumento das exportações "Entre os principais produtos exportados estão aviões de caça e de transporte militar, que possuem alto valor agregado e tecnologia de ponta. As exportações estimulam a cooperação e integração internacional, atraem investimentos estrangeiros e retêm talentos no país. Os números indicam desenvolvimento econômico, aumento da competitividade e fortalecimento da Base Industrial de Defesa."
A Base Industrial de Defesa (BID) é composta por um conjunto de empresas, estatais e privadas, que participam de várias etapas, como pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de material estratégico de defesa. Esses produtos, que podem ser bens ou serviços, desempenham um papel crucial na consecução dos objetivos de segurança e defesa do país.
Por outro lado, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa e Segurança (Abimde), Roberto Gallo, ressaltou que o sucesso é resultado de uma ação estratégica conjunta de cerca de uma década. "O que estamos vendendo hoje é o resultado de uma política estratégica de defesa que vem acontecendo há pelo menos uma década, já que os produtos precisam ser testados. Vem de uma visão estratégica de longo prazo do Ministério da Defesa, das Forças Armadas, por meio da Seprod, coordenando as atividades para alcançar esse sucesso, incluindo a interação com o Ministério das Relações Exteriores. Isso abre as portas para que o Brasil volte a ser um dos maiores exportadores de sistemas de defesa do mundo."
Atualmente, o Ministério da Defesa possui um registro de 235 empresas que fazem parte do BID. O portfólio de produtos brasileiros é diversificado e inclui cerca de 1.700 itens, entre aeronaves, navios, soluções cibernéticas para proteção de dados, radares, sistemas de comunicação e armas.