Condenação europeia generalizada das declarações do ministro israelense de "matar Gaza de fome"

A União Europeia, a França e a Grã-Bretanha expressaram na quarta-feira forte condenação aos comentários do ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich (extrema-direita), que disse que "deixar o povo da Faixa de Gaza morrer de fome" pode ser "justificado e moral".

Sky News Arábia

Abu Dhabi - Durante um seminário na segunda-feira sobre o futuro da Faixa de Gaza, onde Israel está em guerra há dez meses contra o Hamas, o ministro israelense disse que "ninguém no mundo nos permitirá matar de fome dois milhões de pessoas, embora isso possa ser justificado e moral para libertar os reféns" mantidos na Faixa desde que o Hamas lançou seu ataque sem precedentes ao Estado judeu em 7 de outubro.

Ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich

"Estamos permitindo a entrada de ajuda humanitária porque não temos outra escolha. Estamos em um campo que exige que você tenha legitimidade internacional para lutar nesta guerra."

A declaração de Smotrich provocou reações furiosas na comunidade internacional.

A UE disse em um comunicado que "condena veementemente" os comentários.

Ele acrescentou que a declaração do ministro Smotrich de que "pode ser justificado e moral" permitir que Israel "mate dois milhões de civis de fome" até que "os reféns retornem" é "profundamente vergonhosa".

Em sua declaração, a UE enfatizou que "esperamos que o governo de Israel se distancie inequivocamente das declarações do ministro Smotrich".

A França disse que estava "profundamente chocada com os comentários escandalosos de Smotrich".

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França disse em um comunicado lido a repórteres que a França pede ao governo israelense que condene veementemente esses comentários inaceitáveis.

Em Londres, o secretário de Relações Exteriores britânico, David Lamy, disse via X que para o Reino Unido "não pode haver justificativa para os comentários do ministro Smotrich".

Ele pediu ao governo israelense que "se retrate e condene suas declarações", acrescentando que matar civis deliberadamente de fome "constitui um crime de guerra".