O presidente palestino Mahmoud Abbas disse em entrevista à Sputnik nesta segunda-feira (5) que o assassinato do líder político de alto escalão do Hamas Ismail Haniyeh tinha como objetivo prejudicar as negociações para encerrar a campanha militar israelense na Faixa de Gaza.
Sputnik
Habbas acusou os responsáveis pelo crime de tentar prolongar e expandir o conflito. O movimento islâmico palestino atribuiu a Israel a responsabilidade pelo assassinato Haniyeh, durante visita á capital Teerã para a posse do presidente iraniano. O governo israelense não comentou o crime nem assumiu o ataque.
© AP Photo / Pervez Masih |
"Não há dúvida de que o propósito do assassinato do Sr. Haniyeh é prolongar a guerra e expandir seu escopo. Isso terá um impacto negativo nas negociações em andamento para acabar com a agressão e retirar as tropas israelenses de Gaza, mas pedimos ao nosso povo que seja firme, unido e paciente diante dessa ocupação", disse Abbas.
Ele lembrou que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou o assassinato de Haniyeh, apesar da desavença de longa data com o Hamas.
"Consideramos isso um ato covarde e um desenvolvimento perigoso na política israelense", disse Abbas. "As autoridades de ocupação israelenses devem abandonar suas ambições e interromper suas ações agressivas contra nosso povo e nossa causa, cumprir o direito internacional e implementar a Iniciativa de Paz Árabe, bem como um cessar-fogo imediato e duradouro e a retirada da Faixa de Gaza", acrescentou.
Escalada das tensões no Líbano
Após o assassinato de Haniyeh, em Teerã, na última semana e acusações contra Israel, a situação no Oriente Médio piorou em meio a uma possível escalada da guerra.
O Hezbollah intensificou os ataques contra o território israelense e há temor de início de um conflito no Líbano.
No último sábado (3), foi registrado um ataque com mísseis contra a região norte de Israel com interceptações do Domo de Ferro sobre a Galileia. Horas antes, o Exército israelense disse ter atacado alvos do Hezbollah em Kfarkela, Deir Seryan e Odaisseh, no Líbano.