Israel está longe de conquistar uma vitória sobre o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, apesar dos 300 dias de seu genocídio brutal contra a população civil e atentados de execução sumária contra líder do movimento, advertiu nesta quinta-feira (1º) Ohad Hamo, analista político israelense para o Canal 12.
Monitor do Oriente Médio
“O Hamas é uma organização que sabe como se adaptar”, comentou Hamo. “Apesar da longa lista de baixas, ao longo do tempo, tornou-se mais e mais forte e ascendeu como um inimigo ainda mais crítico”.
Vista aérea dos danos em Khan Younis, na Faixa de Gaza, deixados pelos bombardeios de Israel, em 31 de julho de 2024 [Hassan Jedi/Agência Anadolu] |
Os comentários de Hamo na rádio local 103 FM sucederam o anúncio da suposta morte do líder militar do Hamas, Mohammed Deif, em meados de julho, no enclave palestino, além do assassinato do chefe político do grupo, Ismail Haniyeh, em Teerã.
“Após dez meses danificando a máquina de guerra israelense, resta ainda um ‘lar’ em Gaza, isto é uma liderança representada pelo Hamas, sobretudo nas áreas sul e central do território”, acrescentou Hamo.
“Esperava-se que, após dez meses, haveria uma alternativa ao Hamas, mas o que é que vemos hoje? Milhares de novos recrutas se juntando ao Hamas”, acrescentou.
“A boa notícia”, afirmou o analista israelense, “é que estão perdendo membros, mas a má notícia é que os jovens não têm opção senão se alistar ao Hamas”.
Hamo destacou a necessidade de Israel “persuadir” a juventude palestina a alinhar-se a outro movimento, em sentido colaboracionista, porém, reiterou que o governo em Tel Aviv “fracassou em fazê-lo”.
“Israel está ainda muito, muito longe de derrotar o Hamas”, concluiu Hamo.
O regime israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alega que seu objetivo em Gaza é eliminar o Hamas na Faixa de Gaza. Analistas internacionais notam, todavia, intuitos declarados de extermínio da população nativa e anexação do território.
Israel desacata resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, para negociar um cessar-fogo e permitir o fluxo humanitário a Gaza.
Desde outubro, as ações israelenses, como punição coletiva, deixaram 39 mil mortos e outros 91 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. O enclave está em ruínas; hospitais, escolas e abrigos não foram poupados.
Israel é réu por genocídio em Haia, sob denúncia deferida da África do Sul deferida em 26 de janeiro.