Com o objetivo de aumentar a ajuda militar à Ucrânia e fortalecer a capacidade de defesa do país, o governo alemão pretende simplificar sua participação em empresas de defesa sob o pretexto de "interesse público primordial", embora isso esteja causando protestos públicos, relata o jornal Handelsblatt.
Sputnik
"O ministro federal da Economia, Robert Habeck, e o ministro da Defesa, Boris Pistorius, estão considerando a possibilidade de participação do Estado em consórcios de defesa. Isso é afirmado no projeto de estratégia para o setor de segurança e defesa", escreveu a publicação.
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Dessa forma, Berlim pretende fortalecer a capacidade de defesa do país, promovendo a construção de novas fábricas para a produção de armas, equipamentos e veículos militares e a expansão da capacidade de produção das empresas existentes.
"Ao mesmo tempo, os produtores devem se tornar mais independentes. Isso se deve, em parte, ao fato de que [...] Donald Trump pode se tornar novamente o presidente dos EUA e limitar a cooperação com os europeus no apoio à Ucrânia."
"O projeto de estratégia classifica as metas quanto ao armamento como medidas de 'interesse público primordial'. O governo afirma que a indústria de defesa alemã gostaria de produzir mais, mas a expansão da capacidade frequentemente falha devido aos longos procedimentos de autorização", diz a publicação.
Como exemplo, o Handelsblatt cita a situação na cidade de Troisdorf, entre Colônia e Bonn, onde os moradores protestam há meses contra a expansão das instalações de produção de detonadores de artilharia da Diehl Defence nas proximidades.
De acordo com o Handelsblatt, naquele lugar vão ser produzidos componentes dos projéteis de artilharia fornecidos à Ucrânia.
"Ao reconhecer o projeto como 'de interesse público', Berlim pode acelerar significativamente a implementação de tal projeto de defesa", diz o jornal.
O governo pretende aprovar sua estratégia de defesa em setembro. De acordo com o Handelsblatt, o texto já foi acordado no nível de assistentes de ministros entre o gabinete do chanceler, chefe do governo, Olaf Scholz, o Ministério das Finanças e o Ministério das Relações Exteriores.