A incursão da Ucrânia na região russa de Kursk é legítima e coberta pelo direito de Kiev à autodefesa, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ao semanário alemão Welt am Sonntag, em sua primeira reação ao avanço em território russo.
Sabine Siebold | Reuters
BERLIM - "A Ucrânia tem o direito de se defender. E de acordo com o direito internacional, esse direito não para na fronteira", disse Stoltenberg ao jornal, acrescentando que a Otan não foi informada sobre os planos da Ucrânia de antemão e não desempenhou um papel neles.
O chefe da Otan disse que a Ucrânia estava correndo um risco com o avanço em território russo, mas que cabia a Kiev como conduzir sua campanha militar.
"O presidente (ucraniano) (Volodymyr) Zelenskiy deixou claro que a operação visa criar uma zona tampão para evitar novos ataques russos do outro lado da fronteira", disse ele.
"Como todas as operações militares, isso vem com riscos. Mas é decisão da Ucrânia como se defender."
Kiev lançou uma grande incursão transfronteiriça na região de Kursk em 6 de agosto, enquanto as tropas de Moscou continuam pressionando em direção ao centro estratégico de Pokrovsk, no leste da Ucrânia.
A incursão também foi discutida em uma reunião do Conselho Otan-Ucrânia na quarta-feira, solicitada por Kiev em meio à maior onda de ataques aéreos de Moscou contra seu vizinho.
O conselho, que agrupa membros da aliança militar ocidental e da Ucrânia, foi criado no ano passado para permitir uma coordenação mais estreita entre a aliança e Kiev.
A Rússia chamou a operação de Kursk de "grande provocação" e disse que retaliaria.