O principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, retirou nesta segunda-feira da Hungria uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE que ocorreria em Budapeste, em uma reação do bloco à aproximação do país com a Rússia sobre a guerra na Ucrânia.
Por Andrew Gray e John Irish | Reuters
BRUXELAS - Borrel disse que o encontro no final de agosto agora vai acontecer em Bruxelas, depois que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, visitou Moscou e Pequim sem o apoio da UE, e que o seu governo definiu a política europeia como “pró-guerra”.
Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán: governo húngaro mantém laços com Rússia e é contra entrada de Kiev na UE — Foto: Anna Szilagyi/AP |
"Temos que mandar um sinal, ainda que simbólico”, disse Borrell a repórteres em Bruxelas na última reunião dos chanceleres antes das férias de verão.
Orbán começou a viagem, que também incluiu uma visita ao candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, apenas dias depois que a Hungria assumiu a Presidência rotativa da UE no dia 1 de julho.
Na reunião desta segunda-feira, diversos ministros das Relações Exteriores expressaram forte condenação para o ministro húngaro, Peter Szijjarto, segundo autoridades.
"Isso foi feito de maneira muito clara e reiterada para não deixar espaço para dúvidas”, disse o chanceler português, Paulo Rangel.
Diversos países europeus consideram a Hungria muito próxima de Moscou, sabotando os esforços da UE para isolar a Rússia politicamente e diplomaticamente por conta da invasão da Ucrânia. A Hungria afirma que busca levar a paz para a Ucrânia o mais rápido possível.