Kiev afirma que medida seria "divisor de águas" na guerra com Moscou
Reuters
A Ucrânia fez um apelo à Otan nesta quinta-feira (11) para que suspenda as restrições ao uso de armas de longo alcance contra alvos na Rússia.
Cúpula da Otan em Washington 11/07/2024REUTERSLeah Millis |
Kiev disse que isso seria um “divisor de águas” em sua guerra com Moscou, enquanto a China classificou as críticas da Otan ao seu apoio à Rússia como tendenciosas e maliciosas.
Os integrantes da Otan emitiram uma declaração de apoio à Ucrânia na cúpula de Washington na quarta-feira (10), prometendo ajuda adicional e se comprometendo a apoiar seu “caminho irreversível” para a adesão à Otan.
Os líderes da Otan realizariam uma sessão de duas horas com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy na tarde desta quinta-feira (11).
Andryi Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, disse que estava “satisfeito” com a declaração da cúpula da Otan, mas acrescentou: “Os parceiros devem retirar todas as restrições ao uso de armas não apenas no território ucraniano, mas ter a possibilidade de responder (aos ataques russos) inclusive no território da Rússia.”
Ele disse em um fórum público no último dia da cúpula que a Rússia não tinha restrições e que seria “um verdadeiro divisor de águas” se os aliados da Ucrânia pudessem suspender todos os limites sobre o uso das armas que fornecem à Ucrânia.
Os integrantes da Otan têm adotado abordagens diferentes sobre como a Ucrânia pode usar as armas que doam. Alguns deixaram claro que Kiev pode usá-las para atingir alvos dentro da Rússia, enquanto outros disseram que elas só podem ser usadas dentro da Ucrânia.
Em maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, afrouxou algumas restrições ao uso de armas americanas, permitindo que elas fossem usadas para atingir alvos militares dentro da Rússia, apoiando uma ofensiva contra a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
Resposta da China
A declaração da Otan também incluiu palavras duras sobre a China, chamando-a de “facilitadora decisiva” do esforço de guerra da Rússia na Ucrânia, e disse que Pequim continua a representar desafios sistêmicos para a Europa e para a segurança.O Ministério das Relações Exteriores da China disse que a declaração era tendenciosa e “semeava discórdia”, e sua missão na União Europeia a descreveu como “cheia de mentalidade da Guerra Fria e retórica beligerante, e conteúdo relacionado à China cheio de provocações, mentiras, incitação e difamações”.
A Hungria, membro da Otan, disse antes de uma reunião dos 32 países da Otan com os parceiros dos chamados Quatro do Indo-Pacífico (IP-4) — Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul — que não quer que a Otan se torne um bloco “anti-China” e que não a apoiará nesse sentido.