Ancara buscará acordo de compensação para produzir algumas peças localmente
A Turquia tenta desde 2021 comprar 40 jatos e modernizar frota
Por Selcan Hacaoglu | Bloomberg
A Turquia está reduzindo um contrato de defesa planejado de US$ 23 bilhões com os EUA para modernizar a segunda maior frota de caças F-16 da Otan e buscará um acordo de compensação para produzir algumas peças de aviões de guerra localmente.
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| Um avião a jato de combate F-16 da força aérea turca decola no Exercício Air Defender 2023 no aeroporto militar de Jagel, norte da Alemanha, em 9 de junho de 2023. O "Air Defender 2023" é um exercício de operação aérea multinacional no espaço aéreo europeu sob o comando da Força Aérea Alemã que acontece de 12 a 23 de junho de 2023. (Foto: Axel Heimken/AFP/Getty ImagesFotógrafo: Axel Heimken/AFP/Getty Images |
Ancara tenta desde 2021 comprar 40 da Lockheed Martin. F-16 de última geração, 79 kits para modernizar sua frota existente, bem como centenas de bombas e mísseis. Os EUA aprovaram a venda no início deste ano, depois que a Turquia ratificou a adesão da Suécia à aliança.
Mas a Turquia agora está pressionando para comprar menos kits de atualização e munições para economizar bilhões de dólares em meio a cortes de gastos em casa, de acordo com pessoas familiarizadas com o planejamento, que falaram sob condição de anonimato. O país quer que sua indústria de aviação militar em desenvolvimento lide com algumas de suas necessidades, disseram as pessoas. Os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Turquia não quiseram comentar.
Um porta-voz da Lockheed Martin disse em resposta a perguntas da Bloomberg News que a empresa está "confiante de que o pacote de atualização do F-16 Block 70 e V representa a melhor combinação de capacidades avançadas de segurança do século 21, interoperabilidade aprimorada da OTAN e custos operacionais e de ciclo de vida acessíveis para a Turquia".
O acordo para a 4ª geração de jatos F-16 fortalecerá a força aérea de Ancara, com entregas esperadas por volta de 2030. Ele contará com várias atualizações, incluindo para o radar, suíte de guerra eletrônica, sistema de comunicações e computador de missão.
"A decisão da Turquia de comprar F-16 serviu a um objetivo político de impulsionar as relações com os EUA", disse Nihat Ali Ozcan, estrategista da Fundação de Pesquisa de Política Econômica em Ancara. "Tendo a aprovação de Washington, a Turquia agora está avaliando suas necessidades de uma perspectiva técnica, militar e econômica."
O acordo permitirá que Ancara aposente seus antigos jatos F-4 e modernize sua frota existente de F-16 como medida paliativa até que o país seja capaz de desenvolver seu próprio avião de guerra.
Os EUA impediram a Turquia de comprar o caça mais avançado da Lockheed, o F-35, em resposta à sua decisão de comprar o sistema russo de defesa antimísseis S-400. Ancara era um parceiro original do F-35 e seu plano de comprar cerca de 100 jatos o tornou um dos quatro principais clientes estrangeiros para o caça furtivo.
Ancara agora quer que os EUA suspendam as sanções contra sua indústria de defesa, mas se recusou a descartar os S-400, mas sinalizou disposição para trabalhar em um compromisso com Washington. Membros da Otan temem que o sistema S-400 possa representar um risco para os caças F-35.
Os EUA suspenderam 10 empresas turcas que estavam a caminho de fabricar cerca de US$ 12 bilhões em peças de F-35, incluindo a fuselagem central produzida pela Turkish Aerospace Industries, de acordo com uma análise de 2018 da Bloomberg Government.
— Com a colaboração de Firat Kozok, Anthony Capaccio e Shelby Knowles
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